Com mais de 25 anos de retrospectiva, não há muito o que recomendar no remake de 2001 de “Planeta dos Macacos”, dirigido por Tim Burton. Embora o elenco seja notável, incluindo Mark Wahlberg, Tim Roth e Helena Bonham Carter, e a maquiagem seja muito impressionante, a história em si é bastante sem vida até chegar a um final que ainda não faz absolutamente nenhum sentido. (Lembra da versão macaco do Lincoln Memorial?) Mas mesmo sucessos de bilheteria decepcionantes podem ter alguns aspectos positivos, e “Planeta dos Macacos” tem a sorte de ter Paul Giamatti. Até agora, Giamatti provou ser um protagonista em filmes independentes como “The Holdovers” e “Sideways”, em séries de TV a cabo premium como “Billions” e em papéis breves em outros filmes populares notáveis do final dos anos 90/início dos anos 2000, como “Private Parts”, “The Truman Show” e “Big Fat Liar”. Mas como Limbo em “Planeta dos Macacos”, Giamatti se destaca do resto do conjunto. Às vezes, tudo o que é preciso para que o desempenho coadjuvante de um ator de personagem se destaque é estar totalmente ciente do filme em que você está, e Giamatti entendeu muito claramente a tarefa, até ameaçando demitir seu agente se ele não tivesse a chance de fazer um teste para o papel. Limbo é um tipo desprezível, mas Giamatti o torna deliciosamente desagradável. Este filme pode não ter resistido ao teste do tempo, mas, como muitas das performances de Paul Giamatti, seu trabalho como Limbo resiste.
