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Novo revés nas negociações de trégua entre Israel e Hamas, com relatório alegando crimes de guerra

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Ministro da Segurança Nacional de extrema direita de Israel Itamar Ben-Gvir provocou raiva na quinta-feira com outra visita ao local sagrado mais sensível de Jerusalém, ameaçando interromper as discussões em curso sobre um cessar-fogo na guerra devastadora entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Ben-Gvir disse que foi ao contestado complexo no topo da colina de Jerusalém, onde fica a Mesquita de Al-Aqsa, para rezar pelo retorno dos reféns israelenses de Gaza, “mas sem um acordo imprudente, sem se render”.

Em frente à mesquita com cúpula dourada, Ben-Gvir disse que estava “rezando e trabalhando duro” para garantir que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não cedesse à pressão internacional, incluindo a do aliado mais importante de Israel, os Estados Unidos, para concordar com um cessar-fogo na guerra que, segundo autoridades em Gaza, controlada pelo Hamas, matou mais de 38.600 palestinos.

Ben-Gvir visitou o complexo de Al-Aqsa, conhecido como Monte do Templo pelos judeus, anteriormente em maio — um ato de protesto enquanto várias nações unilateralmente reconheceu um estado da Palestina. O governo dos EUA chamou a visita de “inaceitável”, alertando contra “quaisquer ações unilaterais que enfraqueçam o status quo histórico”.

Uma captura de tela tirada de uma filmagem da AFPTV mostra o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, falando no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, em 18 de julho de 2024.
Uma captura de tela tirada de uma filmagem da AFPTV mostra o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, falando no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, em 18 de julho de 2024.

AFPTV/AFP via Getty Images


Esse status quo é estabelecido sob um acordo que vê o local sagrado administrado pela Jordânia e uma doação islâmica chamada Waqf. Sob esse acordo de longa data, os muçulmanos têm permissão para rezar no local, mas judeus e cristãos não. Ben-Gvir há muito tempo denuncia esse arranjo como discriminatório e pede maior acesso judaico.

Antes de sua filiação ao Gabinete de Netanyahu, o nacionalista de extrema direita foi condenado oito vezes por acusações criminais, incluindo racismo e apoio a uma organização terrorista. Quando adolescente, ele defendia visões consideradas tão extremas que foi proibido de cumprir seu serviço militar obrigatório.

Como membro-chave do frágil governo de coalizão de Netanyahu, Ben-Gvir tem o poder, e ameaçou usá-lo, para privar Netanyahu de sua atual maioria parlamentar, o que pode levar a eleições nacionais antecipadas que as pesquisas mostram que o primeiro-ministro dificilmente vencerá.

Sua segunda visita provocativa a Al-Aqsa ocorreu enquanto ataques israelenses no centro e norte de Gaza teriam matado pelo menos mais 13 pessoas, em meio a combates ferozes no território palestino dizimado.

As Forças de Defesa de Israel disseram ter matado dois comandantes seniores do grupo Jihad Islâmico aliado ao Hamas em ataques aéreos — um dos quais disse ter participado dos ataques terroristas orquestrados pelo Hamas em 7 de outubro em Israel, que mataram cerca de 1.200 pessoas e viram os militantes capturarem cerca de 240 outras como reféns. Foi esse ataque que desencadeou a guerra em andamento em Gaza.

A relatório publicado na quarta-feira pela organização Human Rights Watch sediada nos EUA acusa o Hamas e seus aliados de cometerem vários crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante seus ataques terroristas. O relatório deixa claro que o ataque foi deliberadamente planejado para matar civis e fazer reféns.

Ela fornece uma lista detalhada de supostos crimes de guerra do Hamas que incluem assassinato e sequestro deliberados de civis, uso de escudos humanos e violência sexual e de gênero, incluindo nudez forçada e publicação de imagens sexualizadas em mídias sociais. A organização disse que não conseguiu, no entanto, reunir evidências verificáveis ​​de estupro — observando que isso não significa que não tenha ocorrido.

A HRW disse à CBS News que, devido à falta de acesso, não conseguiu compilar um relatório abrangente sobre a conduta de Israel em Gaza. Disse que foram encontradas evidências de que Israel cometeu crimes de guerra, incluindo negar ajuda humanitária, usar a fome como arma de guerra, alvejar trabalhadores humanitários e ataques aéreos ilegais.

O relatório veio enquanto Netanyahu enfrenta enorme pressão em casa para chegar a um acordo para trazer os reféns restantes — cerca de 80 dos quais ainda se acredita estarem vivos — de volta para casa, de Gaza. Ele foi vaiado no Parlamento israelense na quinta-feira por políticos da oposição por sua falha em fechar um acordo.

Netanyahu tem consistentemente culpado o Hamas pelo impasse, acusando o grupo na semana passada de “se apegar a demandas que colocam em risco a segurança de Israel”.

O líder israelense deve visitar Washington na semana que vem, onde discursará no Congresso dos EUA. Seus críticos dizem que é perda de tempo, a menos que ele consiga anunciar um acordo para garantir a libertação dos israelenses que estão presos em Gaza há quase 300 dias.

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