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Emirados Árabes Unidos aplicam penas de prisão de longo prazo a 57 cidadãos de Bangladesh por protestos

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Três bengaleses foram condenados à prisão perpétua, outros 53 a 10 anos de prisão e um a 11 anos por protestar contra seu governo, segundo a mídia estatal.

Um tribunal nos Emirados Árabes Unidos (EAU) prendeu 57 cidadãos de Bangladesh por organizarem protestos no país do Golfo contra seu próprio governo, de acordo com a mídia estatal.

Três bengaleses foram condenados à prisão perpétua, outros 53 a 10 anos de prisão e um a 11 anos por “reunião e incitação a tumultos” durante os protestos na sexta-feira, informou a agência de notícias oficial dos Emirados, WAM, na segunda-feira, acrescentando que eles seriam deportados após o cumprimento de suas penas de prisão.

Uma testemunha confirmou que os réus organizaram marchas em grande escala em várias ruas dos Emirados Árabes Unidos “em protesto contra as decisões tomadas pelo governo de Bangladesh”, acrescentou.

Protestos não autorizados são proibidos nos Emirados Árabes Unidos. O código penal do país também criminaliza ofender estados estrangeiros ou pôr em risco laços com eles.

Violência irrompe em Bangladesh após protestos anticotas de estudantes [Mohammad Ponir Hossain/Reuters]

Protestos liderados por estudantes começaram no início deste mês em Bangladesh depois que um tribunal na capital, Dhaka, restabeleceu no mês passado um sistema de cotas do governo que reservava mais de 50% dos empregos de serviços civis. Estudantes têm exigido que as cotas de empregos, que incluem 30% reservados para descendentes de combatentes da liberdade que participaram da guerra de independência de 1971, sejam abolidas em meio ao crescimento estagnado de empregos e altas taxas de desemprego juvenil.

A repressão do governo aos protestos e os ataques aos protestos por grupos ligados ao partido no poder desencadearam distúrbios em todo o país, representando o maior desafio para a primeira-ministra Sheikh Hasina, que tomou posse para seu quarto mandato em janeiro.

Na segunda-feira, houve uma calmaria na violência, pois o governo impôs um toque de recolher e mobilizou o exército para impedir que a violência se espalhasse.

O Supremo Tribunal do país reduziu o sistema de cotas no domingo, mas os manifestantes estão exigindo ação contra autoridades responsáveis ​​pela violência que supostamente matou 163 pessoas. Mais de 500 pessoas, incluindo alguns líderes da oposição, foram presas em Dhaka, de acordo com a polícia.

Hasina foi acusada de autoritarismo, violações de direitos humanos e repressão à liberdade de expressão e dissidência no passado — acusações que seu governo nega.

Os Emirados Árabes Unidos, que são povoados principalmente por expatriados, têm uma grande população de bengaleses, que formam o terceiro maior grupo de expatriados no país, depois de paquistaneses e indianos, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos.

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