O programa de asilo recentemente descartado pretendia enviar pessoas que chegassem à Grã-Bretanha sem permissão para Ruanda.
O governo anterior da Grã-Bretanha havia planejado gastar 10 bilhões de libras (US$ 12,9 bilhões) em um plano agora descartado para deportar requerentes de asilo para Ruanda, e isso já custou aos contribuintes 700 milhões de libras (US$ 830,7 milhões), diz a nova secretária do Interior, Yvette Cooper.
O governo trabalhista do primeiro-ministro Keir Starmer descartou o plano de enviar milhares de requerentes de asilo da Grã-Bretanha para Ruanda em seu primeiro grande anúncio político após obter uma vitória eleitoral contundente neste mês.
Na segunda-feira, Cooper disse que os custos incluem dinheiro para voos fretados que nunca decolaram, pagamento pelo trabalho de funcionários do governo e 290 milhões de libras (US$ 344 milhões) em pagamentos ao governo de Ruanda.
“É o desperdício mais chocante de dinheiro dos contribuintes que já vi”, disse ela ao parlamento.
O porta-voz conservador de assuntos internos, James Cleverly, que divulgou o plano quando era secretário do Interior, acusou Cooper de citar “números inventados” e criticou a “descortesia” do Partido Trabalhista para com o governo ruandês.
Entretanto, em novembro, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que o programa de deportação era ilegal segundo o direito internacional porque Ruanda não poderia ser considerada segura para requerentes de asilo.
O governo conservador anterior anunciou pela primeira vez o plano de Ruanda em 2022 para enviar pessoas que chegassem à Grã-Bretanha sem permissão para o país do Leste Africano, dizendo que isso acabaria com a chegada de requerentes de asilo em pequenos barcos.
Mas as contestações legais movidas contra o plano fizeram com que ninguém fosse enviado para Ruanda, exceto quatro indivíduos que foram enviados por meio de um esquema voluntário.
Starmer declarou o esquema “morto e enterrado” em seu primeiro dia completo no cargo. No entanto, Ruanda disse que não tinha obrigação de devolver nada do dinheiro que a Grã-Bretanha havia pago a ela.
Cooper também disse que dezenas de milhares de requerentes de asilo que ficaram no limbo por serem ameaçados de deportação para Ruanda agora terão seus pedidos de asilo processados.
Ela disse que o governo também reverterá uma disposição da Lei de Migração Ilegal que proíbe asilo a qualquer pessoa que chegue ao Reino Unido sem permissão desde março do ano passado.
A mudança na política economizaria aos contribuintes cerca de 7 bilhões de libras (US$ 9 bilhões) nos próximos 10 anos, disse Cooper. “Nós herdamos o Hotel Califórnia do asilo: as pessoas chegam ao sistema de asilo e nunca mais saem”, ela acrescentou.
