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Polícia do Paquistão invade sede do partido do ex-primeiro-ministro Imran Khan

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Autoridades do PTI, que o governo diz querer dissolver, teriam sido detidas.

As forças de segurança invadiram os escritórios do partido Pakistan Tehreek e-Insaf (PTI) do ex-primeiro-ministro preso Imran Khan.

A operação de segunda-feira ocorreu uma semana depois de o governo anunciar que planejava dissolver o partido, o maior movimento de oposição do Paquistão.

Um contingente policial isolou os escritórios em Islamabad. O presidente interino do partido, Gohar Khan, e o secretário de informação, Rauf Hasan, foram detidos, de acordo com um porta-voz do partido citado pela agência de notícias Reuters.

O PTI disse que Gohar Khan já havia sido libertado, enquanto um policial paquistanês disse à agência de notícias Agence France-Presse (AFP) que Hasan continuava sob custódia.

A prisão deste último ocorreu dias depois de ele ter alertado que membros do partido estavam sendo cercados. Ele disse que 10 desapareceram “sem deixar rastros” nos últimos dois meses.

“Sete deles são somente do meu departamento, que eles querem paralisar porque nos recusamos a ficar em silêncio”, disse ele em entrevista à AFP.

Repressão

A repressão ao PTI segue-se a várias decisões judiciais a seu favor este mês, que ameaçam o governo do primeiro-ministro Shehbaz Sharif, que chegou ao poder em fevereiro com o apoio dos militares.

A Suprema Corte decidiu em 12 de julho que o PTI, que ganhou a maioria dos assentos na eleição geral de fevereiro, mas foi mantido fora do governo por uma aliança de partidos rivais apoiados pelos militares, deveria receber 23 assentos adicionais no parlamento. O julgamento priva a coalizão de Sharif da maioria de dois terços necessária para levar adiante as reformas planejadas.

Em 13 de julho, um tribunal de Islamabad anulou a condenação de Imran Khan por casamento ilegal, o que significa que o ex-primeiro-ministro conseguiu suspender ou anular todas as quatro condenações que lhe foram impostas nos últimos anos.

No entanto, ele continua preso sob novas acusações de incitação de protestos e corrupção, que, segundo ele, foram feitas para mantê-lo longe do poder.

O ex-primeiro-ministro Imran Khan está preso desde agosto de 2023 [Bilawal Arbab/EPA]

O Ministro da Informação, Attaullah Tarar, anunciou na semana passada que o governo lançaria uma ação legal para proibir o PTI, citando acusações que incluem a incitação de protestos violentos no ano passado e o vazamento de informações confidenciais.

Ele também disse que o governo apresentaria acusações de traição contra Imran Khan.

A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão chamou a ação do governo de “um enorme golpe às normas democráticas” e que “cheira a desespero político”.

“Se for levado adiante, não alcançará nada mais do que uma polarização mais profunda e uma forte probabilidade de caos político e violência”, disse o presidente Asad Iqbal Butt em um comunicado.

Um painel de especialistas das Nações Unidas concluiu neste mês que a detenção de Imran Khan “não tinha base legal e parece ter sido planejada para desqualificá-lo de concorrer a cargos políticos”.

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