Enquanto a Venezuela se prepara para eleger um novo presidente no domingo, o atual presidente Nicolás Maduro e o principal concorrente, Edmundo Gonzalez Urrutia, encerraram suas campanhas.
O governo e a oposição da Venezuela encerraram o período oficial de campanha eleitoral presidencial com manifestações de apoio que levaram milhares de pessoas às ruas da capital Caracas.
O presidente Nicolás Maduro, que busca um terceiro mandato, compareceu na quinta-feira diante de seus apoiadores em um enorme palco montado em uma das principais ruas da cidade e animou os participantes com intervalos musicais e danças que marcaram seu discurso.
Maduro disse à multidão, parte da qual foi transportada para Caracas em ônibus estatais, que seus oponentes eram promotores da violência e se descreveu como um homem que poderia garantir a paz.
“Quem dos 10 candidatos garante paz e estabilidade?” Maduro perguntou à multidão.
Maduro alertou na semana passada sobre um “banho de sangue” caso perdesse, comentários que geraram críticas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
O tribunal eleitoral do Brasil e o ex-presidente argentino Alberto Fernández disseram na quarta-feira que se retiraram de atuar como observadores eleitorais no domingo.
Os apoiadores de Maduro dizem que ele deu continuidade com sucesso ao legado de seu antecessor Hugo Chávez e continua sendo um defensor dos pobres.
“É bom para nós se ele [Maduro] “Vence”, disse a servidora pública Luisa Medina, 51. “É o único governo que pensou em nós, os pobres”, disse Medina.
Maduro está sendo desafiado pelo ex-diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia – que representa a oposição ressurgente – e outros oito candidatos.
Urrutia e a líder do partido de oposição Maria Corina Machado – reuniram muito menos apoiadores em seu comício final na quinta-feira – movendo-se pela cidade em pé sobre uma plataforma afixada em um caminhão até chegarem a um bairro de classe média de Caracas.
Gonzalez disse que confia que os militares do país garantirão o respeito ao resultado da votação no domingo.
Eleições tensas
Os militares da Venezuela apoiam Maduro e Chávez há muito tempo, embora o Ministro da Defesa do país, General Vladimir Padrino, tenha dito que as forças armadas respeitarão o resultado da votação.
Gonzalez herdou o manto da oposição de Machado, que foi impedido de exercer cargos públicos. Os apoiadores expressaram temores de que Gonzalez também possa enfrentar uma proibição semelhante ou outras restrições, mas ele disse estar confiante na votação pacífica e em uma vitória decisiva no domingo.
O governo de Maduro presidiu um colapso econômico na Venezuela, a migração de cerca de um terço da população e uma forte deterioração nas relações diplomáticas, que foi coroada por sanções impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e outros, que prejudicaram a já combalida indústria petrolífera do país.
Os EUA restabeleceram sanções ao petróleo da Venezuela em abril, acusando Maduro de renegar acordos firmados com a oposição para garantir eleições democráticas.
Na quinta-feira, a Casa Branca expressou preocupação com a ameaça de violência em torno da eleição, alertando Maduro que a votação deve ser justa e livre de repressão.
As urnas estarão abertas das 6h (10h GMT) às 18h (22h GMT) no domingo e os resultados devem ser conhecidos na noite de domingo ou nos dias seguintes.