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Modificações no DNA fúngico e seu papel na regulação genética

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Corpos de frutificação do fungo Phycomyces blakesleeanus

Corpos de frutificação do fungo Phycomyces blakesleeanus

A Nature torna público o estudo de uma equipe com participação internacional coordenada por professores da Universidade de Sevilha.

Uma equipe de pesquisa com participação internacional e coordenada pelo Professor Luis Corrochano, da Universidade de Sevilha, fez um avanço significativo na compreensão da regulação genética em fungos, descobrindo uma modificação de DNA observada anteriormente apenas em bactérias e alguns organismos unicelulares. Esta descoberta tem implicações cruciais para o desenvolvimento de novos antifúngicos e a produção de biocombustíveis.

A equipe, que também é coordenada pelo Professor V. Garre da Universidade de Múrcia, é composta por pesquisadores de vários laboratórios norte-americanos, incluindo o Joint Genome Institute do Departamento de Energia dos EUA. Eles caracterizaram a abundância de 6mA e 5mC em uma ampla variedade de fungos, publicando seus resultados no prestigiado periódico Nature Communications.

Os pesquisadores descobriram que os aglomerados de 6mA perto do início dos genes facilitam o acesso de proteínas que ativam esses genes. No fungo Phycomyces blakesleeanusgenes ativados pela luz ou durante a diferenciação celular têm uma quantidade maior de 6mA, confirmando seu papel na regulação genética. Em contraste, 5mC reprime a atividade genética e pode servir como um mecanismo para prevenir a atividade de transposons, segmentos de DNA que podem alterar a estrutura e a função do genoma se não forem controlados adequadamente.

O fungo Mucor lusitanicoum patógeno humano e produtor de lipídios, foi crucial nesses estudos. Mutantes em diferentes genes de metilase permitiram a identificação das proteínas responsáveis ​​pela metilação da adenina. Alguns mutantes apresentaram alterações em seu crescimento, ressaltando a importância dessa modificação. A análise da proteína MetB sugere que o gene responsável por essa função em fungos vem de uma bactéria que parasitou um ancestral de Mucor.

Este conhecimento sobre as modificações do DNA e as proteínas que as regulam abre novos caminhos para o desenvolvimento de antifúngicos e a melhoria da produção de lipídios, essenciais para a geração de biocombustíveis. O estudo contou com a participação dos pesquisadores María Corrochano Luque, Gabriel Gutiérrez Pozo, David Cánovas López e Luis M. Corrochano Peláez do Departamento de Genética da Universidade de Sevilha.

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