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Grande Barreira de Corais ameaçada pelos oceanos mais quentes em 400 anos, segundo estudo

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Pesquisadores dizem que o mundo está perdendo “um dos nossos ícones” à medida que a atividade humana aumenta a temperatura.

As temperaturas do oceano na Grande Barreira de Corais atingiram seu nível mais alto em 400 anos na última década, dizem pesquisadores, alertando que o maior ecossistema vivo da Terra provavelmente não sobreviverá se o aquecimento planetário não for interrompido.

O estudo publicado na quinta-feira por um grupo de cientistas de toda a Austrália diz que as temperaturas ao redor do espetacular sistema de corais de 2.400 km de extensão (1.500 milhas) foram mais estáveis ​​por centenas de anos, mas aumentaram significativamente nas últimas décadas como resultado da influência humana.

As temperaturas do oceano ao redor do recife aumentaram anualmente desde 1960, mas ficaram particularmente mais altas durante os recentes eventos de branqueamento em massa dos corais, quando grandes seções do recife ficaram brancas devido ao estresse térmico, de acordo com o estudo publicado na revista científica Nature.

“O mundo está perdendo um de seus ícones”, disse Benjamin Henley, acadêmico da Universidade de Melbourne e um dos coautores do estudo. “Acho isso uma tragédia absoluta. É difícil entender como isso pode acontecer sob nossa supervisão, em nossa vida. Então é muito, muito triste.”

A coautora Helen McGregor disse estar “extremamente preocupada” com o recife, descrevendo o aumento da temperatura como “sem precedentes”.

“Esses são corais que viveram por 400 anos e essas são as temperaturas mais quentes que eles estão experimentando. Essas são as árvores Redwood do recife”, ela disse à agência de notícias AFP.

Desde 2016, o recife mundialmente famoso sofreu cinco rodadas de branqueamento massivo de corais devido ao aquecimento das temperaturas, uma tendência letal que está ocorrendo em recifes ao redor do mundo. Esses eventos de branqueamento aconteceram durante cinco dos seis anos mais quentes nos últimos quatro séculos, mostrou o estudo.

Os cientistas conduziram o estudo utilizando dados de navios e satélites e perfurando corais para analisar amostras que os ajudem a entender as mudanças na temperatura do oceano desde o ano de 1618.

As temperaturas começaram a subir por volta do início do século XX e aumentaram em média cerca de 0,12 graus Celsius (0,22 graus Fahrenheit) de janeiro a março, de 1960 a 2024.

O recife abriga uma grande variedade de vida natural, com 600 tipos de corais e 1.625 espécies de peixes. Também é uma bênção turística significativa para a Austrália, contribuindo com cerca de US$ 4,2 bilhões para a economia do país a cada ano.

As Nações Unidas recomendaram que a Grande Barreira de Corais fosse adicionada à lista de patrimônios mundiais em risco, mas a Austrália recusou esses esforços por preocupações de que isso poderia prejudicar o apelo turístico do recife.

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