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Uma em cada cinco crianças é exposta ao calor extremo em todo o mundo, diz ONU

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Uma em cada cinco crianças é exposta ao calor extremo em todo o mundo, diz ONU

O calor excessivo também pode ter impacto negativo no neurodesenvolvimento e na saúde mental (representacional).

Nações Unidas, Estados Unidos:

Quase meio bilhão de crianças enfrentam o dobro de dias de calor extremo a cada ano — ou mais — do que seus avós, informou a ONU na terça-feira, alertando sobre consequências mortais.

À medida que as mudanças climáticas continuam a elevar as temperaturas globalmente, uma em cada cinco crianças — cerca de 466 milhões de crianças — vive em áreas que estão registrando “pelo menos o dobro do número de dias extremamente quentes a cada ano” em comparação a 60 anos atrás, disse a agência da ONU para a infância, UNICEF.

“Os corpos das crianças pequenas não são como os dos adultos, elas são muito mais vulneráveis ​​ao calor extremo”, disse à AFP a chefe de advocacia da UNICEF, Lily Caprani, alertando também sobre os perigos para mulheres grávidas.

Além disso, as crianças perdem educação quando as escolas são forçadas a fechar devido às altas temperaturas — o que afetou pelo menos 80 milhões de crianças em 2024 até agora.

O UNICEF usou dias atingindo 35 graus Celsius (95 graus Fahrenheit) como referência, comparando as temperaturas médias no período de 2020-2024 com as da década de 1960.

Esses dias quentes — assim como os meios para lidar com altas temperaturas, como o ar condicionado — afetam o mundo inteiro, observou.

As crianças da África Ocidental e Central são as mais expostas, com 123 milhões de crianças — 39% das crianças da região — enfrentando um terço de cada ano com dias de 35 graus ou mais.

No extremo superior, em Mali, por exemplo, o ar condicionado está fora do alcance de milhões, e apagões podem deixar ventiladores ociosos. Mais de 200 dias por ano podem atingir 95 graus ou mais.

Enquanto isso, na América Latina, 48 milhões de crianças enfrentam o dobro de dias com temperatura de 35 graus ou mais do que há 60 anos.

Em todo o mundo, “a trajetória dessas crianças está piorando cada vez mais”, disse Caprani.

As crianças “são frágeis e respiram muito rápido. Elas não conseguem nem suar como um adulto. Elas são muito mais vulneráveis ​​ao estresse por calor e isso pode ser literalmente mortal”, ela acrescentou.

Altas temperaturas podem contribuir para a desnutrição infantil e deixá-las mais vulneráveis ​​a doenças, especialmente malária e dengue, que se espalham em climas quentes, alertou a UNICEF.

O calor excessivo também pode ter impacto negativo no neurodesenvolvimento e na saúde mental.

O UNICEF está pedindo mais educação para os pais conhecerem os sinais de insolação, melhor treinamento para a equipe médica e investimento em ar condicionado nas escolas — onde, mesmo quando as aulas não são canceladas, o aprendizado pode ser dificultado pelas condições de calor.

No entanto, o maior esforço continua sendo controlar as mudanças climáticas, causadas pelo uso de combustíveis fósseis pela humanidade.

“Enquanto os governos estão atualmente elaborando seus planos nacionais de ação climática, eles podem fazê-lo com a ambição e o conhecimento de que as crianças de hoje e as gerações futuras terão que viver no mundo que deixarão para trás”, disse a chefe da UNICEF, Catherine Russell, em um comunicado.

(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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