O ministro húngaro dos Assuntos Europeus, Janos Boka, classificou as críticas ao programa de aquisição simplificada de autorizações de trabalho e de residência, que desde julho inclui russos e bielorrussos, como histeria política. Budapeste rejeitou assim mais uma vez as preocupações de Bruxelas, onde as preocupações sobre os riscos de segurança foram repetidamente ouvidas como resultado. O eurodeputado esloveno Branko Grims também defendeu a Hungria. Entretanto, a Comissária Europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, considerou as novas regras de vistos da Hungria uma ameaça potencial.
Em Julho, a Hungria expandiu o seu programa de emissão de cartões estatais para trabalhadores estrangeiros. Inicialmente estava disponível apenas para cidadãos da Ucrânia e da Sérvia, mas a partir de julho, a lista ampliada de oito países também inclui a Rússia e a Bielorrússia.
“A questão de saber se isto é um risco de segurança está aberta ao debate”
“Não há nenhuma questão legal ou de segurança sobre isto. No entanto, é uma histeria política óbvia criada tanto pela maioria no Parlamento Europeu como por alguns Estados-membros”, disse ele na conferência de imprensa do grupo político Patriotas pela Europa, em Bruxelas. Livro de Janosnoticia a agência de notícias francesa AFP.
“A questão de saber se a presença de cidadãos russos e bielorrussos no território da UE representa um risco para a segurança está aberta ao debate. Se alguém acredita que se trata realmente de uma questão de segurança do Estado, este não é um debate apenas sobre a Hungria.” Boka disse hoje.
Explicou que, desde Julho, a Hungria emitiu apenas 14 vistos de trabalho para cidadãos russos e bielorrussos, como parte do chamado esquema de cartão estatal. Entretanto, segundo ele, alguns outros membros da UE emitiram muito mais autorizações de trabalho ou de residência.
O Comissário Johansson vê uma ameaça no relaxamento do regime de vistos para russos e bielorrussos na Hungria
Comissário Europeu para Assuntos Internos Ylva Johansson pediu hoje a Budapeste mais informações sobre o programa simplificado de autorização de trabalho e residência da Hungria, que desde julho inclui russos e bielorrussos. Numa reunião da comissão competente do Parlamento Europeu, Johansson descreveu as novas regras em matéria de vistos como uma ameaça potencial.
Ylva Johansson, Comissária Europeia
Na reunião de hoje da Comissão das Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos (Libe), Johansson manifestou a sua preocupação com o acolhimento de cidadãos de dois países hostis. Segundo a agência de notícias alemã dpa, Budapeste não respondeu adequadamente às preocupações de segurança.
Branko Grims apoiou a Hungria
Numa carta aberta, um eurodeputado esloveno e membro do Liba saiu hoje em defesa da Hungria Branko Grimes (PPE/SDS). Ele considerou inaceitável o facto de Boka ter de apresentar o ponto de vista húngaro numa conferência de imprensa.
Segundo ele, um representante deste país deveria ter sido convidado para a reunião que dizia diretamente respeito ao membro. “Esta forma de trabalho do Parlamento Europeu e dos seus órgãos de trabalho é, na minha opinião, inaceitável e lança uma luz negativa sobre o funcionamento democrático, razão pela qual protesto veementemente contra tais métodos de trabalho”, anunciou Grims.
“A União Europeia é uma união voluntária de Estados soberanos, pelo que a coerência no respeito desta regra democrática é ainda mais importante”, acrescentou numa carta dirigida ao presidente da comissão Libe e também enviada ao presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.