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Como selecionar bactérias para controle da poluição ambiental

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A seleção artificial permite escolher espécies específicas de bactérias para criar uma comunidade ideal.

Um estudo da Universidade de Lausanne apresenta um novo método de classificação projetado para otimizar comunidades bacterianas para degradação eficiente de poluentes no meio ambiente.

A capacidade dos micróbios de metabolizar uma ampla variedade de compostos, incluindo poluentes industriais de origem humana, oferece um potencial considerável para resolver problemas ambientais. No entanto, até o momento, abordagens baseadas em micróbios para controle da poluição não têm sido muito eficazes. Um dos principais obstáculos está na dificuldade de encontrar a escolha certa de espécies para maximizar a função de uma comunidade microbiana.

Em um estudo publicado em 7 de setembro de 2024 em Comunicações da Naturezaa equipe de pesquisa de Sara Mitri, Professora Associada do Departamento de Microbiologia Fundamental da Faculdade de Biologia e Medicina da Universidade de Lausanne, desenvolveu um novo método de seleção artificial para identificar os grupos de bactérias mais eficientes para degradar um poluente industrial. Sua abordagem, inspirada em algoritmos genéticos, é baseada na “seleção por desmontagem”: um processo que envolve gerar comunidades aleatórias, selecionar as mais eficientes e então desmontá-las para criar novas com composições ligeiramente modificadas. Começando com 29 comunidades aleatórias, submetidas a 18 ciclos de seleção e rearranjo, conseguimos criar um grupo de micróbios que eram significativamente mais eficientes do que aqueles com os quais começamos”, explica Sara Mitri.

O estudo também demonstra que essa estratégia, também conhecida como ‘evolução direcionada’, não só melhora o desempenho geral de uma comunidade, mas também favorece espécies cooperativas. Os microbiologistas da Universidade de Lausanne descobriram que o sucesso de uma comunidade não depende somente das bactérias mais poderosas. Na verdade, certos microrganismos, embora menos eficazes sozinhos, melhoram a degradação quando estão em grupo. Esses resultados demonstram o potencial da seleção artificial para otimizar comunidades microbianas. Em particular, eles abrem caminho para aplicações mais eficientes em uma variedade de campos, indo além da remediação ambiental, como a produção de biogás e o desenvolvimento de probióticos alimentares.

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