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Israel distribui milhares de armas a equipas de defesa civis, incluindo em colonatos ilegais

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Israel vai distribuir cerca de 9.000 espingardas de assalto às equipas civis de defesa no norte do país, no meio de uma escalada com o grupo libanês Hezbollah, anunciou o ministério da Defesa israelita.

O ministério disse num comunicado que investiu cerca de 50 milhões de shekels (13 milhões de euros, ao câmbio atual) em espingardas “Arad” de fabrico israelita.

As armas serão distribuídas a 97 “equipas de resposta rápida” em várias comunidades do norte do país, segundo o comunicado citado pela agência espanhola EFE.

Também está em curso uma segunda fase de rearmamento para equipar as comunidades nos montes Golã sírios ocupados.

Cerca de 120 equipas civis no norte estarão totalmente equipadas quando terminar a fase de rearmamento.

As “equipas de resposta rápida”, como Israel lhes chama, são unidades civis que operam em coordenação com o exército em várias comunidades, incluindo alguns colonatos judeus ilegais na Cisjordânia ocupada.

Muitas destas unidades civis, acusadas frequentemente de serem milícias armadas extremistas por organizações não-governamentais, têm sido acusadas de atacar civis palestinianos pela Cisjordânia, muitas vezes com a conivência do exército israelita. Fora da Faixa de Gaza, as operações militares e civis israelitas nos territórios palestinianos já mataram mais de 700 palestinianos, incluindo mais de 150 crianças.

Colonos israelitas na região da Cisjordânia

Francesca Borri

Guerra no Médio Oriente

Durante os atentados do Hamas de 7 de outubro de 2023, vários membros das equipas civis, na altura mal equipadas, foram mortos na defesa das comunidades fronteiriças. Desde então, as autoridades israelitas rearmaram estes grupos e alargaram a iniciativa ao norte, onde o constante fogo cruzado com a milícia xiita pró-iraniana Hezbollah, que opera no sul do Líbano, ameaça escalar para um conflito aberto.

Israel tem estado envolvido numa intensa troca de tiros com o grupo libanês desde 8 de outubro, quando o Hezbollah começou a lançar ataques em solidariedade com as milícias palestinianas na Faixa de Gaza. Na manhã de domingo, o exército detetou o lançamento de cerca de 40 projéteis a partir do Líbano, dirigidos contra as zonas da Alta Galileia e dos Montes Golã, depois de ter identificado 55 projéteis no sábado.

Nenhum destes ataques causou vítimas.

Os atentados contra Israel desencadearem uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza que matou mais de 41.200 palestinianos em 11 meses. O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou na terça-feira que as atenções de Israel estão a deslocar-se para o norte do país, dado que as missões em Gaza estão praticamente cumpridas.

O constante fogo cruzado com o Hezbollah obrigou cerca de 60.000 pessoas a sair do norte de Israel e a procurar abrigo temporário em hotéis ou casas de família em todo o país.

Nos 11 meses de troca de tiros, mais de 650 pessoas foram mortas de ambos os lados da fronteira, a maior parte do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 400 mortes, algumas também na Síria.

Em Israel, 50 pessoas foram mortas no norte do país: 24 militares e 26 civis, incluindo 12 menores, num ataque nos Montes Golã sírios ocupados.

As milícias libanesas do Hezbollah integram o chamado “eixo de resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que também fazem parte, entre outras organizações, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes houthis do Iémen.

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