Mortes por overdose afetam desproporcionalmente os mais pobres e menos educados em Baltimore
Relatório da Johns Hopkins analisa detalhes do alcance generalizado da epidemia de dependência de drogas
Mais da metade dos adultos da área de Baltimore que não se formaram no ensino médio conhecem alguém que morreu de overdose de drogas — muito mais do que qualquer outro grupo socioeconômico na região, de acordo com um novo relatório da 21st Century Cities Initiative da Universidade Johns Hopkins. O relatório, baseado em dados da Pesquisa da Área de Baltimore de 2023, oferece uma compreensão mais profunda das famílias afetadas pela crescente epidemia de dependência de drogas de Baltimore. As descobertas mostram que os mais pobres e menos educados são os mais afetados por overdoses fatais.
“As mortes por overdose deixam uma marca duradoura nas pessoas que ficam para trás”, disse o autor principal Michael Bader, professor associado de sociologia na Johns Hopkins e diretor do corpo docente da 21st Century Cities Initiative, que reúne pesquisadores de toda a universidade para estudar questões urbanas. “Como comunidade, vivemos e trabalhamos em um lugar onde uma em cada quatro pessoas que conhecemos carrega consigo uma perda profunda por overdose.”
Bader e sua equipe examinaram as características demográficas e socioeconômicas dos entrevistados da Pesquisa da Área de Baltimore que relataram conhecer pelo menos uma pessoa viciada em substâncias ilegais.
Co-projetada por pesquisadores da Johns Hopkins em colaboração com líderes comunitários, a pesquisa com 1.352 moradores da cidade de Baltimore e do condado de Baltimore focou em como as pessoas vivenciam a vida na área. Ela descobriu que 40% dos entrevistados conheceram alguém viciado em drogas e mais de 25% perderam alguém para uma morte relacionada a drogas.
Análises posteriores encontraram profundas divisões socioeconômicas entre aqueles que perderam familiares e amigos por overdose. Americanos que tinham renda baixa e não concluíram o ensino médio correm mais risco de mortes por overdose, e Baltimore não é diferente, disse Bader.
As descobertas incluem:
- Quatro em cada 10 pessoas com renda familiar anual abaixo de $ 30.000 perderam entes queridos por overdose de drogas. Essas mesmas famílias têm mais de cinco vezes mais probabilidade de conhecer várias pessoas viciadas em drogas do que famílias que ganham mais de $ 110.000 anualmente.
- Os entrevistados sem diploma de ensino médio têm quase quatro vezes mais probabilidade de ter tido alguém próximo que morreu de overdose de drogas do que os entrevistados com mestrado ou doutorado, e têm seis vezes mais probabilidade de conhecer várias pessoas viciadas em drogas.
- As porcentagens de moradores negros e brancos familiarizados com vítimas fatais de overdose são praticamente as mesmas, embora moradores brancos sejam menos propensos do que moradores negros a relatar conhecer várias pessoas lutando contra o vício, disseram os pesquisadores.
“As descobertas não apenas destacam a perda mais ampla que as comunidades da área de Baltimore estão enfrentando”, disse Bader, “elas também identificam as comunidades desproporcionalmente afetadas por overdoses de drogas, e essas informações podem ajudar a direcionar recursos para apoiar pessoas que perderam entes queridos”.
