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Navio com bandeira portuguesa transporta explosivos para Israel, confirma Rangel

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Parte da carga de um navio com bandeira portuguesa destina-se a uma fábrica de armamento em Israel. A informação foi confirmada esta quinta-feira pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em entrevista ao programa Hora da Verdadesim Renascença e do jornal “Público”.

De acordo com o chefe da diplomacia, a embarcação com pavilhão português transporta material explosivo e tem como destino final dois portos do Adriático, um em Montenegro e outro na Eslováquia. A carga será de seguida encaminhada para três fábricas de armamento. Duas encontram-se na Europa, na Polónia na Eslováquia (ambos países da NATO), ao passo que a terceira está instalada em Israel.

O fabricante de armamento israelita ficará com “metade do material”, mas “todas são empresas de fabrico de armamento”: “fabricam armamento – sobre isso não há dúvidas -, embora com uma cláusula que exclui as armas de destruição maciça”, ressalva o governante.

No dia 12 de setembro, a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros aprovou por unanimidade a audição do chefe da diplomaciaPaulo Rangel, a pedido do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português, sobre o mesmo navio. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros deverá prestar esclarecimentos à Assembleia da República a 15 de outubro.

BE foi o primeiro a pedir para ouvir Rangel

O caso remete ao início da última semana, quando o Bloco de Esquerda tomou a iniciativa de ouvir com urgência o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, no Parlamento sobre o navio com bandeira portuguesa que transporta explosivos e que os bloquistas já acreditavam destinar-se ao exército israelita.

“O ministro [Paulo Rangel] escolheu uma versão dos factos que oculta a real intenção daquele navioque oculta a bandeira portuguesa daquele navio e que aquele navio transporta uma carga que se destina ao exército israelita”, acusou a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, em Lisboa, no dia 9 de setembro.

A bloquista falava momentos depois de ter entregado uma exposição à Procuradoria-Geral da República (PGR), acompanhada pelo líder parlamentar, Fabian Figueiredo, na qual pede ao Ministério Público que “fiscalize e previna que Portugal venha a ser acusado internacionalmente por cumplicidade com um genocídio”.

No final do mês de agosto, após questões levantadas pelo BE, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o navio cargueiro Kathrin, que transporta explosivos, tem pavilhão português, mas é alemão e “não vai para Israel”, assegurando que a embarcação tem como destino dois portos, na Eslovénia e no Montenegro. “Transporta explosivos, não armas”afirmou na altura o governante.

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