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O que significa o ataque do Unicredit ao segundo maior banco da Alemanha?

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A aquisição do Commerzbank, o segundo maior banco da Alemanha, pelo Unicredit, representa uma história financeira e política complexa que atinge o coração do sector bancário europeu. Na verdade, o Commerzbank é uma das principais instituições financeiras na Alemanha, pelo que o “ataque italiano” já provocou indignação na política alemã. A aquisição poderá ter consequências a longo prazo para a economia alemã e para o mercado financeiro europeu.

Chanceler alemão Olaf Scholz ontem chamou a medida do Unicredit de “aquisição hostil”, e os políticos alemães consideram tais intervenções estrangeiras como uma ameaça à independência financeira nacional. Líder da oposição Friedrich Merz criticou a reacção do governo alemão, que, na sua opinião, não reagiu com rapidez suficiente aos movimentos agressivos do gigante bancário italiano, que também está presente na Eslovénia. Uma aquisição bem-sucedida do Commerzbank pela Itália criaria o maior grupo bancário da Alemanha.

O aumento da participação do Unicredit de nove para cerca de 21 por cento representa um sério desafio à soberania alemã sobre os seus próprios bancos. O Unicredit, que já detém o banco de Munique HypoVereinsbank (HVB), aguarda actualmente autorização do Banco Central Europeu (BCE) para aumentar a sua participação para 29,9 por cento.

Uma vantagem estratégica para expansão no mercado alemão

CEO da Unicredit Andréa Orcel anunciaram que pretendem continuar a aumentar a sua participação no segundo maior banco da Alemanha. A aquisição do controlo do Commerzbank seria uma vantagem estratégica para o Unicredit, especialmente na expansão da influência italiana no mercado alemão, onde as oportunidades de crescimento orgânico são limitadas, relata a imprensa.

Do ponto de vista económico, a aquisição levanta diversas questões. O aumento da participação do Unicredit no banco alemão resultaria muito provavelmente em perdas de empregos, uma vez que o novo maior proprietário procuraria sinergias e optimizações que muitas vezes conduzem a reduções de custos. A Alemanha também teme que o Commerzbank, sob propriedade estrangeira, perca a sua independência financeira e seja forçado a tomar decisões que não estão em conformidade com os interesses alemães. Isto significaria a perda do seu papel tradicional na economia alemã.

Parte da convulsão financeira europeia mais ampla?

A decisão do Unicredit surge num contexto de turbulência financeira europeia mais ampla, onde vários bancos estão a consolidar-se e a procurar parceiros estratégicos para se manterem competitivos num ambiente financeiro global em rápida mudança. A aquisição do Commerzbank poderá, portanto, muito provavelmente afectar o resto da indústria bancária europeia, que tem estado sob pressão durante muito tempo devido às baixas taxas de juro, à elevada regulamentação e à crescente digitalização.






Foto: Guliverimage


O governo alemão já anunciou que irá acompanhar de perto os desenvolvimentos e considerar medidas para proteger o sector financeiro nacional. É de esperar que o debate sobre esta aquisição continue a entusiasmar tanto o público alemão como o italiano, pois é uma questão fundamental sobre como se desenvolverá a imagem futura do sector bancário europeu.

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