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Trabalho, família, poupança: os desafios do início da vida adulta e a longevidade

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O equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a felicidade e bem-estar dos trabalhadores, a poupança das famílias e os desafios demográficos do país foram alguns dos temas em debate conversa na internet desta terça-feira do projeto do Expresso dedicado à Longevidade.

Numa sessão moderada pela jornalista Rosa Oliveira Pinto, a reflexão começou com a participação de Pedro Mota Soares, antigo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, seguindo-se dois painéis de discussão. O primeiro dedicado ao trabalho, com foco no período entre os 21 e os 30 anos de idade, contou com Joana Lopes (diretora de recursos humanos da PHC) e Domingos Lopes (presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional). No segundo painel, centrado nas famílias e na faixa dos 31 aos 40 anos, estiveram Miguel Rijo (diretor de seguros no Doutor Finanças) e Susana Tavares (professora do ISCTE).

Eis as principais ideias abordadas:

Equilíbrio

A conciliação entre vida profissional e vida pessoal é um fator chave para a satisfação dos trabalhadores. Trabalha-se muitas horas em Portugal, mas com baixa produtividade, recordou Pedro Mota Soares.

“Quando temos felicidade no trabalho as pessoas são mais produtivas”, apontou Joana Lopes, representante da PHC, empresa considerada a mais feliz para se trabalhar. Medidas como a feliz sexta-feiraem que os trabalhadores podem tirar uma sexta-feira por mês para usufruto pessoal, são exemplo da preocupação da organização com o equilíbrio e bem-estar.

Algo particularmente importante para os jovens que pertencem a uma geração que já não espera um “emprego para a vida”, segundo Domingos Lopes, mas que valorizam outros aspetos: a flexibilidade entre trabalho presencial e remoto, um maior número de dias de férias ou a possibilidade de adquirir novos conhecimentos.

Joana Lopes (diretora de recursos humanos da PHC) e Domingos Lopes (presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional)

Nuno Fox

Poupança

“O tema da poupança é uma preocupação cada vez mais evidente por parte das famílias”, retrata Miguel Rijo. No entanto, deve começar no seio familiar desde cedo, algo que não acontece na maioria dos casos, de acordo com a experiência do representante do Doutor Finanças.

A aposta na literacia financeira é fundamental, iniciando logo nas crianças e jovens. E para poupar não é preciso muito dinheiro, explicou o especialista: pode ser apenas um euro por dia. O importante é pensar no futuro, por exemplo através de um Plano Poupança Reforma (PPR).

Miguel Rijo (diretor de seguros no Doutor Finanças) e Susana Tavares (professora do ISCTE)

Nuno Fox

Demografia

Portugal tem um “problema sério” perante a crescente pressão sobre o Estado social, alertou Pedro Mota Soares, referindo que em 2075 estará fora da vida ativa 30% da população. O antigo ministro diz-se impressionado com a falta de debate sobre temas como a produtividade, a sustentabilidade das finanças públicas ou a demografia.

Temos menos filhos e começamos a tê-los cada vez mais tarde”, sublinhou Susana Tavares. A professora do ISCTE destaca a desigualdade de género no mercado de trabalho: persiste a “discriminação salarial” entre homens e mulheres, cujo “fosso” é “agravado” após o nascimento do primeiro filho e se prolonga ao longo do tempo. O impacto sente-se também na velhice, com as mulheres a apresentarem maior probabilidade de pobreza nessa fase da vida.

Lançado em 2022, Longevidade é um projeto do Expresso – com o apoio da Novartis – com a ambição de olhar para as políticas públicas na longevidade, discutindo os nossos comportamentos individuais e sociais com um objetivo: podermos todos viver melhor e por mais tempo. Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.

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