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Biden diz à ONU para não se “cansar” de apoiar Ucrânia, Duma retira acusações a arguidos a lutar no Exército: guerra, dia 944

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Os Presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia subiram ambos ao pódio da Assembleia Geral das Nações Unidas esta terça-feira, e tanto Joe Biden como Volodymyr Zelensky salientaram para a necessidade de continuar a apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, com Biden a exigir uma paz “justa e duradoura” no leste da Europa.

O primeiro dia de discursos de líderes mundiais na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, ficou marcado por vários apelos à paz, especialmente nas três grandes situações de conflito e guerra que mais preocupa a comunidade internacional: a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, a invasão russa na Ucrânia e a guerra civil no Sudão do Sul.

Joe Biden apresentou um dos discursos mais esperados do dia, o seu último como Presidente dos EUA na ONU, e, olhando para a sua longa carreira na política norte-americana e para as guerras que se sucederam desde então, resolvidas através da paz e da diplomacia, tentou levantar os espíritos da comunidade internacional.

“Eu vi uma quantidade notável de história. As coisas podem melhorar, não nos podemos esquecer disso, eu vi isso ao longo da minha carreira”, afirmou.

Sobre a Ucrânia, o Presidente dos EUA condenou mais uma vez a ofensiva russa que se iniciou em 2022, e alertou contra o desgaste e a fadiga no apoio às forças ucranianas. “Não podemos ficar cansados. Não podemos olhar para o lado. Não podemos reduzir o nosso apoio à Ucrânia, não enquanto a Ucrânia não ganhar uma paz justa e duradoura”, vincou Biden, acrescentando que “a guerra de Putin falhou no seu objetivo essencial”, já que resultou na expansão da NATO e na adesão de mais dois países (Suécia e Finlândia).

Já Volodymyr Zelensky, que vai passar esta semana nos Estados Unidos em busca de mais apoio e solidariedade para a defesa do seu país, deixou claro que Kiev precisa de mais armas para se defender da Rússiaavisando que “a destruição em massa está a ganhar ímpeto”.

“O agressor está a militarizar muitas outras coisas e essas coisas não serão usadas apenas contra o nosso país, mas contra os vossos também”, alertou. E, tocando no assunto da crise climática, outro grande tema desta Assembleia Geral, Zelensky disse que fenómenos extremos vão “continuar a impactar a vida normal e qualquer estado malvado pode usar as suas consequências”, considerando o regime de Moscovo como “um desastre natural”.

Também na terça-feira, o Presidente ucraniano esteve no programa “Good Morning America”, da ABC News, onde reiterou que a Ucrânia precisa de autorização do Ocidente para usar mísseis de longo alcance em território russo, para continuar a pressionar os russos militarmente. “Estamos mais perto do fim da guerra, só precisamos de ser mais fortes. É por isso que pedimos aos nossos amigos, aos nossos aliados, que nos tornem mais fortes. É muito importante”, enfatizou.

TIMÓTEO A. CLARY

Guerra na Ucrânia

Parlamento russo aprova retirada de acusações para arguidos voluntários no Exército

Os deputados russos aprovaram esta terça-feira um projeto de lei que permite a retirada de acusações criminais contra os arguidos enquanto decorrem os julgamentos, caso assinem um contrato com o Exército ou sejam mobilizados no contexto da guerra na Ucrânia.

Em comunicado de imprensa, a Duma, a câmara baixa do parlamento, indicou que adotou o texto em leitura final, para ser validado pelo Senado e depois sancionado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, o que é normalmente uma formalidade. Em março, alterações ao código penal russo já tinham permitido a libertação condicional de arguidos durante a investigação ou de pessoas já condenadas, caso fossem mobilizados ou assinassem um contrato com as forças armadas.

Desde 2022, o grupo paramilitar Wagner recrutou dezenas de milhares de reclusos nas colónias penais do país em nome do Kremlin para combater na frente na Ucrânia. Depois, o Exército regular russo, em conflito com o grupo Wagner, assumiu o controlo destes recrutamentos e forneceu contratos de recrutamento aos prisioneiros que se oferecessem para combater.

As autoridades russas prometem salários vantajosos, benefícios e liberdade aos voluntários se sobreviverem aos combates, sendo habitualmente destacados para as missões mais arriscadas na linha da frente.

Na segunda-feira, a relatora da ONU para os direitos humanos na Rússia, Mariana Katzarova, alertou que prisioneiros russos que fizeram parte de 170 mil reclusos recrutados pelo Exército para combater na Ucrânia voltaram a cometer crimes no regresso ao país.

Em conferência de imprensa sobre a situação de direitos humanos na Rússia, a relatora afirmou que as principais vítimas dos condenados que voltaram ao seu país, depois de incorporarem as forças armadas na guerra da Ucrânia, são mulheres, rapazes e raparigas, que sofrem de violência sexual e assassínios.

O recurso aos prisioneiros “tornou-se numa política oficial do Ministério da Defesa russo”, oferecendo-lhes indultos, penas reduzidas e até uma limpeza completa dos seus registos judiciais, apesar de muitos deles terem sido condenados por crimes muito graves, segundo a relatora.

A Ucrânia também permite o recrutamento de certas categorias de prisioneiros para as forças armadas, mas estão excluídos condenados por crimes graves.

Outras notícias:

> As autoridades russas anunciaram o controlo de 12 localidades em Kursk, anteriormente em posse das forças ucranianas, que no início de agosto invadiram esta região fronteiriça da Rússia. O comandante das forças especiais de Akhmat, Apti Alaudinov, observou que, durante as últimas operações do Exército russo, foram infligidas “perdas muito pesadas” às tropas ucranianas;

> A Ucrânia planeia gastar mais de 60% do seu orçamento para 2025 em defesa e segurança, segundo a proposta apresentada esta terça-feira pelo Governo, após mais de dois anos e meio de invasão russa que devastou a economia do país. A economia ucraniana recorreu em grande parte à produção militar desde 2022 para resistir aos ataques russos, mas também se viu privada de milhões de pessoas que fugiram da guerra para o estrangeiro, tendo sido ainda afetada pela destruição causada pelos combates;

> Pelo menos três pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas em ataques russos esta terça-feira numa zona residencial de Kharkiv, a segunda cidade da Ucrânia localizada no nordeste do país e regularmente bombardeada, disse o governador regional. Segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform, bombas aéreas russas guiadas caíram em quatro distritos diferentes da cidade.

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