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CMVM sobre auditoria à Inapa: “O supervisor não pode ficar indiferente a estas matérias”

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A Inapa está insolvente, como decretou o tribunal este verão, depois de a distribuidora de papel não ter conseguido suprimir uma necessidade de financiamento na sua subsidiária alemã. Não havia nada conhecido publicamente que o fizesse prever e a auditoria realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) nas contas de 2023 também não o antecipava. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a averiguar o que se passou.

Num encontro com jornalistas sobre o exercício de auditoria, realizado esta quarta-feira, 25 de setembro, o administrador da CMVM com este pelouro, José Miguel Almeida, não quis especificar o que está em causa, mas admitiu que está um trabalho em curso.

“Não falamos de situações concretas. Todos os factos que ocorram no mercado são, naturalmente, em função da relevância, suscetíveis de análise pela CMVM nas diversas e múltiplas [áreas]. É natural que face a situações com grande relevo, com grande impacto, o supervisor não pode ficar indiferente a estas matérias”, respondeu José Miguel Almeida.

O responsável da CMVM não quis adiantar muito mais, mas referiu-se ao Luanda Leaks, caso em que foram verificadas as certificações das auditoras feitas a empresas envolvidas no escândalo que tinha Isabel dos Santos como protagonista: “Quando foi a Luanda Leaks, a CMVM não deixou de fazer a análise que tinha de fazer”.

Neste trabalho, o supervisor responsável pelos auditores terá de perceber se foram cumpridos todos os procedimentos e solicitadas todas as informações para a sua pronúncia.

A Inapa apresentou um prejuízo de 8 milhões de euros em 2023. Na certificação feita, a PwC enuncia o trabalho feito, e como o verificou, sem deixar alerta, nem sob a forma de ênfase, nem sobre a forma de reserva. A Comissão Executiva que estava em funções no fim do ano, liderada por Frederico Lupi, demitiu-se depois de perceber que não tinha apoio acionista da Parpública (e do Ministério das Finanças), recusa que conduziu à insolvência.

Neste momento, segue a insolvência da “holding” da distribuidora de papel, em que já há um relatório apresentado pelo administrador, Bruno da Costa Pereira, e em que já ficou claro que as ofertas existentes pelos seus ativos terão como resultado o seu desmembramento.

Ainda esta quarta-feira, o administrador de insolvência anunciou que a Japan Pulp and Paper (JPP) apresentou uma oferta pela unidade de distribuição de papel em França por 25 milhões de euros (sujeita a condições e podendo incluir Portugal, o Centro de Serviços Partilhados e marcas). Vai agora haver 30 dias de negociações em exclusividade.

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