Home Entretenimento “Imposto discriminatório” não estraga festa do 60.º aniversário da PROBEB

“Imposto discriminatório” não estraga festa do 60.º aniversário da PROBEB

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A Associação Portuguesa de Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB) – que representa as empresas que se dedicam à produção e comercialização de bebidas refrescantes não alcoólicas – comemorou hoje o seu 60.º aniversário.

Depois da exibição de alguns anúncios icónicos e de Francisco Furtado Mendonça (diretor-geral da empresa) ter feito o discurso de boas-vindas, seguiu-se a primeira conversa da tarde. O tema foi “Ambiente e Competitividade” e Luís Rochartre, especialista em Sustentabilidade e Industry Fellow da Universidade Católica, foi o orador principale abordou o “Ecodesign enquanto motor da inovação”. Já António Casanova, presidente da Circular Drinks, falou sobre “SDR: o grande passo para uma nova realidade”, e Afonso Arnaldo Machado, da Deloitte, sobre como “Fiscalidade e competitividade não podem ser antónimos”.

“Precisamos de acelerar para regenerar… Temos cada vez menos tempo”, afirmou Luís Rochartre quando falou em sustentabilidade, enquanto António Casanova lamentou que a legislação para a implementação do Sistema Devolução/Reembolso (SDR) só tenha ficado disponível recentemente: “Isso é inaceitável”.

O fiscalista Afonso Arnaldo Machado abordou o imposto para as bebidas açucaradas. “Surgiu para induzir um menor consumo e não há estudo científicos que liguem o açúcar dos refrigerantes à obesidade”, afirmou: “E este imposto vai ultrapassar os 500 milhões de euros em 8 anos. Está na hora de ser repensado”, realçou.

Houve então espaço para alguns tributos como reconhecimento a personalidades e empresas que marcaram e marcam a história do sector e seguiu-se o segundo momento de conversa, sobre “Transformação e Reformulação”. Nicholas Hodac, diretor-geral da UNESDA, foi também orador principale falou sobre “Transformação e Diversidade”. Pelo seu lado, o endocrinologista João Jácome Castro palestrou sobre “Saúde e Informação”, tal como o nutricionista Pedro Carvalho, e Tiago Montenegro, da Nielsen, sobre os resultados de consumo e redução de açúcar.

“Temos de destacar o grande contributo da indústria na diminuição dos açúcares. É de louvar, é um caso de estudo”, defendeu Tiago Montenegro. “Seria importante que o que se fez com os refrigerantes fosse alargado a outros produtos”, acrescentou Pedro Carvalho.

Fruto proibido

As “Conversas improváveis” chegaram na parte final do evento e contaram com a participação de Elsa Agante (Deco Proteste), Maria João Campos (Ordem dos Nutricionistas), Catarina Beato (blogger e escritora), Francisco Furtado Mendonça (PROBEB) e Jerónimo Portela (Seleção Nacional de Râguebi).

Catarina Beato, mãe de quatro filhos, não escondeu que as bebidas são “o fruto proibido”, enquanto Jerónimo Portela fez uma revelação que arrancou gargalhadas, ao dizer que os jogadores da seleção nacional de râguebi se reúnem na véspera dos jogos, bebem um ou outro refrigerante e comem… gelados.

O discurso de encerramento foi da responsabilidade de Márcio Cruz (presidente da PROBEB), que voltou a reforçar a lutar para a extinção do imposto sobre os refrigerantes. “Vamo-nos bater contra o imposto, que é discriminatório, injusto e despropositado”, disse.

Conheça as principais conclusões

  • Associação vai continuar a batalhar pela extinção do imposto sobre bebidas açucaradas, que existe desde 2017.
  • Os açucares já foram reduzidos em 51,3% mas é intenção continuar a reduzir, garantem os especialistas.
  • Sustentabilidade é outra preocupação. “Pequenos avanços não chegam, temos de avançar para a regeneração”, afirmou Luís Rochartre.
  • As transformações que se têm verificado, tanto na saúde, como em termos ambientais, deixam o sector orgulhoso.
  • Implementação do SDR é passo fundamental e deve ser colocada em prática a partir de 1 de janeiro de 2026. “Estamos atrasados, perdeu-se tempo”, anotou António Casanova.
  • Indústria tem procurado inovar e adaptar-se continuamente. Informar os consumidores é decisivo.

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