Embora estas declarações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, garantiu que o país tem “mais ataques prontos” e garante que o Hezbollah sofreu “golpes extremamente severos”, citado pelo jornal Times of Israel.
Também o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, avisou que o país vai continuar a atacar o grupo xiita libanês Hezbollah. “Qualquer pessoa que tenha um míssil na sala e um ‘rocket’ na garagem ficará sem casa”, advertiu num vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter). Reiterou ainda que a guerra de Israel não é contra o povo do Líbano, mas contra o Hezbollah.
Ataques israelitas contra Khiam, no Líbano
Anadolu
Guerra no Médio Oriente
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A declaração de Netanyahu surge durante uma intensa campanha de bombardeamentos israelitas no sul e leste do Líbano contra o que Israel diz serem munições e armas que o grupo xiita, aliado do Irão, esconde em zonas civis para atacar.
Pelo menos 569 pessoas foram mortas, incluindo 50 crianças, e 1.800 ficaram feridas nos ataques, de acordo com a última contagem das autoridades libanesas. Este é o maior número de mortos desde a última guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006.
O mais recente atentado ocorrido esta terça-feira teve como alvo um comandante do Hezbollah, Ibrahim Muhammad Kabisi, que as forças israelitas identificaram como responsável pela unidade de mísseis do grupo libanês. Israel afirma que Kabisi morreu no ataque.
Nas últimas duas horas, os jatos israelitas realizaram uma “série de ataques extensos” contra alvos na região de Bekaa e no sul do Líbano, atingindo lança-mísseis e infraestruturas que o Exército afirma serem utilizadas para armazenar armas. Ao todo, mais de 300 projéteis foram hoje lançados do Líbano, no norte de Israel, de acordo com os militares israelitas.
Por outro lado, o Hezbollah informou ter visado uma base militar israelita perto de Safed, no norte de Israel, com dois disparos de 90 ‘rockets’. Argumenta ainda que a base no norte de Israel serve de quartel-general do Comando norte e realizou esta ação “em defesa do Líbano e do seu povo.
Israel confirmou que três ‘drones’ foram identificados a atravessar do Líbano para Israel, fazendo disparar as sirenes em cidades costeiras a sul de Haifa — a mais de 50 quilómetros da fronteira com o Líbano, tendo intercetado dois deles.
OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
⇒ O Hezbollah aconselhou os habitantes a não lerem com os telemóveis os códigos QR impressos em panfletos lançados por Israel. Através da televisão libanesa Al Manar, ligada ao grupo, foi feito um apelo à população, instando à destruição do código, “pois é muito perigoso e retira toda a informação que têm (no telemóvel)”. As autoridades israelitas não comentaram o assunto até agora.
⇒ As autoridades libanesas anunciaram que as escolas do país vão manter-se encerradas até ao final da semana por razões de segurança, devido aos ataques de Israel no sul do país. Mais de uma centena de instituições públicas estão a ser utilizadas como abrigos no Líbano, onde pelo menos 16.500 pessoas foram deslocadas devido aos bombardeamentos, segundo o governo libanês.
⇒ Pelo menos dez pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas num ataque israelita perpetrado contra uma residência no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, disseram à agência noticiosa espanhola EFE fontes médicas locais. No total, mais de 20 pessoas morreram hoje no já devastado território palestiniano
⇒ O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que os ataques aéreos israelitas no Líbano estão a matar “implacavelmente” centenas de pessoas, lamentando a morte de dois funcionários da agência que lidera.
⇒ Um navio de reabastecimento da Marinha dos Estados Unidos a operar no Médio Oriente sofreu danos num incidente que está a ser investigado, anunciaram hoje as autoridades. Um oficial da Marinha dos Estados Unidos citado pela agência Associated Press (AP) a coberto do anonimato, indicou que os danos ocorreram no Médio Oriente, mas recusou-se a precisar a localização do petroleiro.
⇒ A ONU exigiu a Israel que não ataque membros do Hezbollah no Líbano que não estejam a participar ativamente nos combates, sob pena de violar as normas internacionais sobre a guerra. Da mesma forma, o envio de mensagens de texto por telefone às pessoas no Líbano para se afastarem dos locais onde o Hezbollah alegadamente esconde armas não isenta as Forças Armadas israelitas “da obrigação de proteger os civis”, disse Ravina Shamdasani, do organismo responsável pelos Direitos Humanos da ONU. Salientou ainda que o envio de dezenas de milhares de mensagens deste tipo espalha o terror entre os cidadãos.
⇒ O chefe da diplomacia da União Europeia lamentou “o número alarmante” de mortos no Líbano na sequência dos ataques israelitas. Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), Josep Borrell vincou que “o Conselho de Segurança tem de desempenhar o seu papel”. “Precisamos urgentemente de travar o caminho para a guerra. Ambas as partes têm de implementar um cessar-fogo imediato”, escreveu o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
⇒ A organização ‘Save the Children’ avisou estarem em perigo de vida mais de 345 mil crianças com os bombardeamentos israelitas no Líbano e pediu aos envolvidos no conflito que tomem “medidas imediatas” para proteger os civis. “O nosso pior pesadelo está a tornar-se realidade. As crianças libanesas estão a sentir a angústia de uma guerra iminente desde outubro”, segundo Jennifer Moorehead, uma das responsáveis da organização, citada em comunicado. Pelo menos, 1,5 milhões de crianças serão afetadas a partir de hoje pelo encerramento permanente de todas as escolas do país, que “serão abertas como abrigos temporários” para os deslocados em massa do sul e do leste do Líbano.
⇒ O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que Gaza “é um pesadelo ininterrupto que ameaça levar toda a região com ele “. “Deveríamos todos ficar alarmados com a escalada. O Líbano está à beira do abismo. O povo do Líbano – o povo de Israel – e o povo do mundo – não se podem dar ao luxo de que o Líbano se torne outra Gaza”, afirmou durante o seu discurso de abertura do debate da 79.ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
CHARLY TRIBALLEAU
Internacional
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⇒ O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, acusou as Nações Unidas de nem reconhecer nem cumprir “a sua obrigação fundamental – impedir os ataques do Hezbollah”. Numa mensagem publicada na rede social X, afirmou que o “Hezbollah tomou o Líbano como refém” em resposta às declarações de António Guterres.
⇒ O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, prometeu que o Irão não abandonará o seu aliado libanês Hezbollah na luta com Israel. “O Hezbollah não pode ficar sozinho contra um país que é defendido, apoiado e abastecido por países ocidentais, europeus e pelos Estados Unidos”, afirmou Pezeshkian numa entrevista à televisão norte-americana CNN, citada pela agência francesa AFP.
⇒ Dez companhias aéreas árabes suspenderam as ligações com o aeroporto internacional de Beirute, o único em funcionamento no Líbano. Entre as companhias que suspenderam os voos encontram-se a Etihad, dos Emirados Árabes Unidos, a Qatar Qatar Airways, a Royal Jordanian e a Emirates, do Dubai, segundo a agência espanhola EFE. Outras companhias aéreas, como a Air France, a Turkish Airlines ou a alemã Lufhansa, que operam habitualmente voos para o Beirute, já tinham anunciado a suspensão das ligações.
⇒ A missão da ONU no Líbano afasta por enquanto a retirada do seu contingente militar e civil, mas admite que existem planos para tal cenário caso a situação no sul do país, onde está destacada, continue a deteriorar-se. Um dos porta-vozes da UNIFIL (sigla em inglês), Tilak Pokharel, em declarações à agência espanhola Europa Press especificou que a ONU tomará a decisão “com base na situação no terreno e em consulta com o quartel-general e com os países que contribuem com tropas”. Atualmente, há mais de 10.000 efetivos destacados no território libanês.
