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Israel admite “possível” incursão terrestre no Líbano, mas EUA garante que não está “iminente”: o dia 355.º de guerra

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou esta quarta-feira que as forças armadas vão continuar a atacar “com força” as posições do grupo xiita libanês Hezbollah até que seja garantido o regresso dos deslocados do norte do território israelita.

“Estamos a atacar o Hezbollah com golpes que não podiam imaginar. Estamos a fazê-lo com força, estamos a fazê-lo com determinação. Prometo-vos uma coisa: não descansaremos até que eles [os deslocados] regressem a casa”, disse Netanyahu num vídeo publicado na rede social X, referindo-se aos cerca de 60 mil israelitas que abandonaram as suas casas devido aos confrontos com o grupo libanês.

Ataques israelitas contra Khiam, no Líbano

Anadolu

Guerra no Médio Oriente

O exército israelita entrou numa “outra fase da campanha militar” contra o Hezbollah, que começou com uma série de bombardeamentos que desferiram um “golpe significativo” nas capacidades da milícia libanesa, especialmente nos seus arsenais de mísseis. Além disso, levou à morte de vários comandantes e altos funcionários do movimento xiita pró-iraniano.

“Temos de mudar a situação de segurança. Temos de estar muito bem preparados para entrar numa operação”, disse o comandante das tropas do norte de Israel, que participou numa reunião militar sobre um simulacro de operação terrestre no país vizinho.

Biden diz que guerra total é possível, mas ainda acredita em solução

O Presidente norte-americano admitiu ser possível “uma guerra total”, à medida que os combates entre Israel e o Hezbollah se intensificam, mas considera que ainda existe “a possibilidade de um acordo que possa mudar fundamentalmente toda a região”.

“Há uma possibilidade, não quero exagerar, mas há uma possibilidade de que, se conseguirmos um cessar-fogo no Líbano, isso nos permita abordar a Cisjordânia”, explicou numa entrevista no programa “The View”, da cadeia de televisão ABC. Joe Biden afirmou que a situação atual é um “ponto de viragem na história” e que o que acontecer “a curto prazo” irá definir o curso do mundo nas próximas décadas.

Por outro lado, a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, disse aos jornalistas que uma operação terrestre israelita no Líbano não parece estar “iminente”, citada pelo jornal The Guardian. “Não queremos, de modo algum, que sejam tomadas medidas que possam conduzir a uma nova escalada na região… Queremos ver uma resolução diplomática e uma solução para evitar uma guerra total” afirmou. O Departamento de Defesa garantiu ainda que não está a apoiar os serviços secretos de Israel relativamente às operações militares no Líbano.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ Israel afirmou ter atingido “mais de 2.000 alvos terroristas” do Hezbollah no Líbano nos últimos três dias. Israel concentrou-se esta quarta-feira no sul e no leste do Líbano, dois bastiões do movimento. A Força Aérea israelita também atacou aldeias fora dos redutos do Hezbollah, incluindo Maaysara, a norte de Beirute. Em resposta, o Hezbollah disparou um míssil balístico contra a sede da Mossadserviços secretos israelitas, em Telavive.

⇒ O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, avançou que pelo menos 51 pessoas morreram e mais de 220 ficaram feridas na sequência dos intensos ataques israelitas que visaram hoje várias localidades no Líbano. Na mesma conferência de imprensa, o ministro sublinhou que o Governo libanês está a avançar com “planos de emergência” para fazer face ao elevado número de vítimas.

⇒ O exército israelita divulgou que está a ativar militares na reserva, nomeadamente duas brigadas “para missões operacionais na região norte” do Líbano. “Isto permitirá a continuação do combate contra a organização terrorista Hezbollah, defender o Estado de Israel e criar as condições necessárias para o regresso dos habitantes do norte de Israel às suas casas”, lê-se no comunicado.

⇒ A Organização Internacional para as Migrações, organização que integra a ONU, avançou que os ataques israelitas no Líbano provocaram mais de 90.000 deslocados desde o início da semana. Cerca de 200.000 pessoas já estavam deslocadas no Líbano desde que o Hezbollah começou a disparar foguetes contra o norte de Israel há quase um ano.

⇒ O chefe da diplomacia europeia, Joseph Borell, instou o Irão a usar a sua influência para evitar uma “guerra total” no Médio Oriente, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, pediu uma “posição europeia unificada” para travar a “escalada israelita na região”.

⇒ O Hamas criticou as operações das forças de segurança da Autoridade Palestiniana devido à a perseguição contínua dos combatentes da resistência” e a confiscação das suas armas. Denunciou também o desmantelamento de emboscadas destinadas a confrontar os israelitas durante as suas incursões, especialmente no norte da Cisjordânia, e o desmantelamento de explosivos. Tais ações “são um benefício para a ocupação [Israel] e uma participação prática na agressão brutal contra a nossa terra e o nosso povo”, afirmou o grupo.

⇒ A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) declarou que está a aumentar o apoio para milhares de famílias libanesas e sírias que estão em fuga do Líbano para a Síria. Centenas de veículos estão retidos na fronteira do Líbano com a Síria, afirmou o ACNUR, sublinhando que “muitas pessoas também estão a chegar a pé, levando consigo o que podem”.

⇒ O líder supremo iraniano, ‘ayatollah’ Ali Khamenei, admitiu que o assassínio de comandantes do Hezbollah por Israel no Líbano causou danos no movimento xiita libanês, “mas não é isso que vai deixar o grupo de joelhos”. “A força organizacional e humana do Hezbollah vale muito mais do que isso”, afirmou, durante uma reunião com soldados e veteranos da guerra Irão-Iraque. Considerou ainda que o Hezbollah tem “protegido” Gaza desde o início do conflito.

⇒ O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, considerou que o seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, não tem razão ao criticar a decisão do Governo britânico de suspender algumas licenças de exportação de armas para Israeldivulgou a imprensa internacional. O líder trabalhista britânico destacou que Israel é um “aliado muito importante” do Reino Unido e que o seu país “respeita e apoia o seu direito à autodefesa”, mas insistiu que Londres tem de cumprir o direito internacional.

⇒ Os chefes da diplomacia do Egito, Iraque e Jordânia acusaram Israel de estar a “empurrar a região para uma guerra total” condenando a “agressão” israelita ao Líbano. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países alertam que “parar esta escalada começa por parar a agressão israelita em Gaza”.

⇒ O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ao homólogo iraniano, Massoud Pezeshkian, para “apoiar uma desescalada geral” no Médio Oriente. Numa reunião na ONU, à margem da Assembleia-Geral, Macron sublinhou que o Irão deve usar a sua influência junto dos “atores desestabilizadores”, que contam com o apoio iraniano, para avançar “para um cessar-fogo em Gaza e uma cessação das hostilidades”, indicou Palácio do Eliseu na mesma nota.

⇒ A cidade de Eilat, no sul de Israel, foi visada por dois ‘drones’ lançados de leste, segundo o Exército israelita. Um dos drones foi intercetado, enquanto o outro caiu no complexo portuário da cidade, o que provocou dois feridos ligeiros. A Resistência Islâmica no Iraque, que reúne várias fações armadas pró-iranianas, assumiu a responsabilidade pelo ataque a Eilat, referindo que se tratava de um “alvo estratégico”. Desde domingo, a Resistência Islâmica no Iraque assumiu a responsabilidade por pelo menos dez ataques contra Israel, segundo declarações publicadas no Telegram.

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