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Zelensky alerta para “desastre nuclear” em discurso na ONU, Kremlin diz que é “erro fatal” forçar acordo: o 945.º dia de guerra

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A guerra na Ucrânia voltou a ser um dos temas dominantes na Assembleia Geral das Nações Unidas desta quarta-feira, com o Presidente ucraniano a subir ao púlpito e a promover a sua proposta para um acordo de paz que ponha fim ao conflito com a Rússia.

Volodymyr Zelensky realçou que mais de 100 países e organizações internacionais já apoiaram a proposta ucraniana, e o líder ucraniano procurou fazer entender aos países da Organização das Nações Unidas (ONU) que todos “partilham o mesmo entendimento” de paz. “E deve ser uma paz real e justa”, disse.

Além dos apelos de mais entregas de armamento pelos aliados do Ocidente e das críticas a Brasil e China por imporem planos que “ignoram o sofrimento dos ucranianos e a realidade”Zelensky aproveitou para criticar o atual funcionamento da ONU. Apontou o dedo ao Conselho de Segurança da ONU, e o poder de veto de alguns membros do órgão, especialmente da Rússia, e lamentou que seja “impossível” resolver os problemas do país quando as medidas são frequentemente vetadas. “Quando o agressor usa o seu poder de veto, a ONU fica impotente para parar a guerra”, atirou.

Sobre a situação no terreno, Zelensky alegou que o regime de Moscovo está à procura de formas de “quebrar o espírito ucraniano”. sugerindo que Putin estará a considerar ataques às centrais nucleares controladas por Kiev.

Presidente Volodymyr Zelensky na 79 Assembleia Geral da ONU

Spencer Platt

Guerra na Ucrânia

“A Rússia destruiu todas as nossas centrais geotérmicas e uma grande parte da nossa capacidade hidroelétrica. É assim que Putin se prepara para o inverno, esperando atormentar milhões de ucranianos. Putin quer deixá-los no escuro e forçar a Ucrânia a sofrer e a render-se”, acusou, alertando que qualquer ataque aéreo ao sistema energético ucraniano pode levar a um “desastre nuclear”.

Depois de passar pela sede da ONU em Nova Iorque, Volodymyr Zelensky vai passar na quinta-feira por Washington D.C., onde vai visitar a Casa Branca para uma reunião com Joe Biden. Zelensky também deverá reunir com Kamala Harris, mas ainda não foi confirmado encontro com Donald Trump que, na corrida às eleições presidenciais de novembro, tem sugerido que aceitará um acordo de paz no qual a Rússia mantenha os territórios ocupados.

Kremlin avisa aliados da Ucrânia que será “erro fatal” forçar Rússia a firmar acordo

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou esta quarta-feira que as propostas para “clarificar” a doutrina sobre uso de armas nucleares incluem considerar como agressor do país qualquer potência nuclear que apoie um ataque de um país terceiro.

“Foi proposto considerar a agressão contra a Rússia por um país não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear, como um ataque conjunto contra a Federação Russa”, afirmou Putin, numa clara referência à Ucrânia, que tem pedido autorização aos Estados Unidos e outros países ocidentais para usar mísseis fornecidos por estes em ataques contra território russo.

A Presidência da Rússia considerou também que seria “um erro fatal” forçar Moscovo a firmar um acordo de paz, como propôs o Presidente da Ucrânia perante as Nações Unidas, em Nova Iorque.

“É impossível forçar a Rússia”, respondeu o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitri Peskov, em declarações aos meios de comunicação social divulgadas pela agência Interfax.

Mesmo assim, Peskov salientou que Moscovo não se opõe a um acordo, desde que sejam adotadas certas garantias de segurança que não especificou.

Outras notícias:

> A Rússia realiza atividades suspeitas de espionagem sistemática no mar Bálticoatravés de uma frota de navios que se faz passar por embarcações dedicadas à ciência, de acordo com uma investigação jornalística divulgada na terça-feira na Alemanha. Um total de 72 navios russos realizaram 400 viagens por aquela zona do nordeste da Europa, em algo a que os meios de comunicação envolvidas na investigação chamam “espionagem sistemática”;

> Um ataque russo matou pelo menos uma pessoa e feriu esta quarta-feira outras 15 em Kramatorsk, uma grande cidade no leste da Ucrânia, anunciou o governador da região de Donetsk. O ataque teve como alvo o centro da cidade e danificou dois edifícios residenciais altos e algumas lojas, disse Vadim Filachkine na rede social Telegram;

> A Procuradoria-Geral bielorrussa declarou o regimento Kastus Kalinouski, que luta contra o exército russo na Ucrânia desde fevereiro de 2022, como uma organização terrorista. O regimento foi criado por voluntários bielorrussos para derrotar o invasor russo na Ucrânia e depois libertar a Bielorrússia de Lukashenko, que está no poder desde 1994.

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