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Biden anuncia mais de 7 mil milhões para apoiar Ucrânia, Rússia evoca aumento de exportações de energia: o 946.º dia da guerra

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Volodymyr Zelensky foi aos Estados Unidos para recolher mais apoio para a defesa ucraniana contra a Rússia e, esta quinta-feira, Joe Biden acedeu ao pedido. Antes da visita do Presidente da Ucrânia à Casa Branca, o líder norte-americano anunciou um apoio de mais de sete mil milhões de euros e novas munições de longo alcance, para a Ucrânia usar contra as tropas russas.

Biden, contudo, não respondeu se os EUA iam autorizar Kiev a usar mísseis de longo alcance norte-americanos em território russo, algo que Zelensky tem vindo a insistir junto dos seus aliados, especialmente depois da recente invasão ucraniana em Kursk, na Rússia.

Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o Presidente ucraniano agradeceu ao homólogo e aos EUA pelo aumento no apoio, bem como pelas sanções adicionais impostas pela Rússia, e garantiu que a Ucrânia vai “usar esta assistência da forma mais eficaz e transparente para atingir o nosso objetivo comum: vitória para Ucrânia, uma paz justa e duradoura, e segurança transatlântica”.

“Agradeço aos EUA por providenciarem materiais que são críticos para proteger o nosso povo. Uma bateria Patriot de defesa antiaérea, outras capacidades de defesa aérea, drones, mísseis de longo curso e munições terra-ar, bem como fundos para reforçar a indústria de defesa ucraniana”, enumerou Zelensky, dando conta ainda que os programas de treino para pilotos ucranianos em caças F-16 serão expandidos.

Segundo explicou o O Guardiãovia agência France-Presse, o apoio de quase oito mil milhões de dólares inclui 5,5 mil milhões de dólares a serem enviados para a Ucrânia antes do final do ano fiscal norte-americano, que termina na segunda-feira. Os restantes 2,4 mil milhões de dólares serão doados através da Ukraine Security Assistance Initiative; ou seja, em vez de serem uma ajuda direta em munições ou armas norte-americanas, o dinheiro servirá para comprar munições na indústria militar.

No total, os Estados Unidos já apoiaram a defesa militar da Ucrânia com cerca de 175 mil milhões de dólares (cerca de 156,5 mil milhões de euros), tanto em assistência militar como económica.

Zelensky está a passar a semana nos EUA e, antes do anúncio do novo pacote de ajuda, esteve no Congresso, onde reuniu com as lideranças dos partidos Republicano e Democrata. Mas o aumento do apoio dos EUA à Ucrânia surge quando o candidato republicano às eleições presidenciais de novembro, Donald Trump, continua a opor-se a que seja enviada mais ajuda aos ucranianos.

Trump, que tem sido criticado por acomodar os desejos de Vladimir Putin no âmbito da Ucrânia e da NATO, voltou a criticar Volodymyr Zelensky e o apoio dos EUA. Num comício na quarta-feira em Mint Hill, na Carolina do Norte, o ex-Presidente disse que Zelensky é “provavelmente o melhor vendedor na Terra”.

“Continuamos a dar milhares de milhões de dólares a um homem que recusa fazer um acordo”, disse. Trump e o seu candidato republicano a vice-presidente, J.D. Vance, têm prometido que conseguem chegar a um acordo de paz com a Rússia, mas os aliados da NATO e a Ucrânia temem que isso signifique os EUA aceitarem a soberania da Rússia sobre os atuais territórios ucranianos ocupados – algo que Zelensky rejeita prontamente.

Volodymyr Zelensky na Assembleia Geral das Nações Unidas

Angela Weiss/AFP via Getty Images

Guerra na Ucrânia

Apesar de sanções ocidentais, Rússia anuncia crescimento de exportações de energia para Ásia e Paícfico

Mais de 60 por cento das exportações de energia da Rússia destinam-se à região da Ásia-Pacífico, que conheceu um aumento significativo nos últimos dois anos, anunciou esta quinta-feira o Presidente russo, Vladimir Putin.

“Se antes a quota da região Ásia-Pacífico nas nossas exportações de energia era de cerca de 39%, no final do ano passado aumentou 1,5 vezes e agora ultrapassa os 60%”, disse Putin, citado pela agência espanhola EFE.

Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia aumentou o fornecimento de petróleo e gás a países como a China, a Índia e o Uzbequistão. Ao discursar na sessão plenária da Semana da Energia Russa, em Moscovo, Putin disse que “os países amigos são responsáveis por mais de 90% das exportações de energia da Rússia”, referindo-se à redução dos fornecimentos aos países ocidentais hostis.

Afirmou ainda que 40% das transações de comércio externo são efetuadas em rublos.

Putin reconheceu dificuldades nos pagamentos das exportações russas, referindo-se às sanções ocidentais, mas disse que os parceiros de Moscovo estão interessados em resolvê-las através de transações em moedas nacionais.

Participaram na sessão plenária da Semana da Energia o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, e a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez. O líder russo afirmou que todas as tarefas que o setor energético russo tem pela frente serão cumpridas e que o país continuará empenhado em cumprir as obrigações para com os seus parceiros.

Terminal de gás da REN em Sines

DR

“A Rússia cumpre as suas obrigações de fornecimento de recursos energéticos ao mercado mundial, desempenha um papel estabilizador no mesmo, participando em formatos tão prestigiados como a OPEP+ e o Fórum dos Países Exportadores de Gás”, disse.

Putin encarregou o Governo e o gigante do gás Gazprom de prepararem um “plano de desenvolvimento” para os próximos 10 anos, que tenha em conta a redistribuição de rotas de abastecimento devido às sanções impostas pela guerra na Ucrânia. Tal plano “garantirá, sem dúvida, o desenvolvimento sustentável da empresa [Gazpom] e a criação de infraestruturas para mudar a geografia dos abastecimentos”, afirmou.

Putin também se referiu ao consumo interno de energia na Rússia, salientando que excedeu os volumes do período soviético. “De acordo com os resultados do ano passado, o volume de consumo de energia na Rússia estabeleceu mais uma vez um novo recorde, ultrapassando os indicadores do período soviético”, afirmou.

Segundo Putin, este indicador é um sinal do crescimento económico do país.

Outras notícias:

> Joe Biden também anunciou esta quinta-feira a convocação de uma cimeira de alto nível com 50 aliados da Ucrânia, a realizar na Alemanha em outubro, “para coordenar os esforços de mais de 50 países que apoiam a Ucrânia na sua defesa contra a agressão russa”;

> Mais de um milhão de pessoas caíram em situação de pobreza extrema em Moçambique, em 2022, devido aos impactos da invasão da Ucrânia pela Rússia, de acordo com um estudo do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), “devido à subida da inflação dos alimentos, energia e transportes em 2022”. Os economistas do PNUD escrevem que o número de famílias com menos de 2,15 dólares por dia aumentou em Moçambique, que é apresentado como um exemplo do que aconteceu noutros países pobres um pouco por todo o mundo;

> O Presidente da Guiné Equatorial manifestou esta quinta-feira disponibilidade para acolher a próxima cimeira Rússia-África e convidou o homólogo russo, Vladimir Putin, a visitar o país africano. O líder, Teodoro Obiang, que visitou a Rússia pela segunda vez em menos de um ano, recordou que “a Guiné Equatorial não assinou qualquer acordo de cooperação com o Tribunal Penal Internacional”.

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