Tento interessar-me pela dança de cadeiras do Orçamento. Esgotada a tragédia dos incêndios, a vida política portuguesa oscila entre o tédio e a escaramuça. O tédio é um sinal de que a violência anda ausente, as coisas estão sossegadas, mas a conversa do Orçamento só se tornará fundamental quando as eleições se tornarem reais. Se estes partidos avançarem para eleições, vão encontrar um eleitor português irritado e zangado, tão irritado ou zangado que nem se dará ao trabalho de ir votar para o resultado ser mais ou menos o mesmo das eleições anteriores. É uma soma zero, daquelas em que Portugal é exímio. Temos outras preocupações. Existe um risco anómalo de convocar ou provocar eleições a mais. Somos ricos de eleições que não resolvem problemas e só os agravariam. Lá se ia o dinheiro do PRR e a milionésima tentativa de “recuperação de Portugal”. Na TV, a Mortágua expressa uma repulsa visceral ao corrente Governo de extrema-direita. Ela nunca sentiu um Governo de extrema-direita na pele, porque um Governo de extrema-direita poria a Mortágua longe do telejornal e da televisão.
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