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Nove mortos e 48 desaparecidos em naufrágio nas Ilhas Canárias

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O naufrágio de uma embarcação de migrantes nas Canárias provocou nove mortos e 48 desaparecidos, anunciaram este sábado as autoridades espanholas, que conseguiram resgatar 27 pessoas com vida. O barco afundou-se na sexta-feira à noite perto de El Hierro, uma das ilhas do arquipélago espanhol das Canárias.

Todos 84 ocupantes da embarcação eram homens e um dos corpos resgatados era o de um adolescente entre 12 e 15 anos, disseram fontes dos serviços de emergência da ilha à agência espanhola EFE.

Foram os próprios ocupantes da embarcação que alertaram os serviços de emergência para o local onde se encontravam, tendo o salvamento ocorrido durante a noite.

Um familiar de um dos passageiros disse à organização não-governamental (ONG) espanhola Caminando Fronteras que as 84 pessoas partiram da Mauritânia em direção às Ilhas Canárias. Além de vários adolescentes, estavam no barco pelo menos quatro crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos.

Elementos da Guardia Civil e do Salvamento Marítimo estavam esta manhã de sábado na zona de Las Playas à procura de mais corpos.

Milhares de migrantes perderam a vida nos últimos anos ao tentarem a perigosa rota atlântica para a Europa a partir de África, principalmente através das Canárias, a bordo de embarcações sobrelotadas e muitas vezes em mau estado.

No final de agosto, Espanha assinou acordos com a Mauritânia e a Gâmbia para reforçar a cooperação contra os passadores de migrantes ilegais para a Europa e a favor de uma migração regulada. Desde o início do ano, e até 15 de agosto, 22.304 migrantes tinham chegado às Canárias, em comparação com 9.864 no mesmo período de 2023, o que representa um aumento de 126%.

A rota entre África e as Canárias é uma verdadeira “rota da morte”, uma vez que as travessias são feitas a bordo de jangadas sobrelotadas e mal equipadas para resistir às correntes muito fortes naquela parte do Atlântico. Algumas das embarcações partem de uma distância de até mil quilómetros das Canárias.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU, pelo menos 4.857 pessoas morreram ou desapareceram nesta rota marítima desde 2014. Mas o número real será muito mais elevado. A Caminando Fronteras, que avalia o número de vítimas com base nos testemunhos dos sobreviventes, calcula que 18.680 pessoas morreram ao tentar chegar à Europa.

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