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Transição energética: estará o mundo no bom caminho?

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O processo de transição energética é complexo e intricado, pelo que a resposta à pergunta do título também não é simples. Porque o mundo não é homogéneo e “temos países e sectores a avançar a velocidades completamente diferentes”, nota o professor da Universidade Nova, Nuno Lapa.

Por exemplo, em Portugal, o processo de transição está a correr bem, apesar de ainda haver muito a fazer. Segundo dados da REN publicados no início de setembro, “entre janeiro e agosto do corrente ano, 75% da energia elétrica consumida em Portugal veio de fontes renováveis” e só 8% veio do gás natural. Ainda assim, “os restantes 17% corresponderam a energia importada”, o que significa que as renováveis que existem ainda não chegam para todas as necessidades, apesar de haver cada vez mais equipamentos instalados (eólicas e, agora, solar).

foi a percentagem de consumo de energia abastecida por fontes renováveis até agosto deste ano, segundo dados da REN

Olhando para a energia no seu todo e não apenas para a elétrica, “em agosto, a produção renovável abasteceu 55% do consumo, a produção não renovável 10%, enquanto os restantes 35% corresponderam a energia importada”, segundo os mesmos dados da REN, mas o solar chegou a representar “15% do consumo nacional no mês, com pontas diárias acima de 2600 MW”.

Além disso, as duas centrais a carvão que existiam já foram encerradas; estão em desenvolvimento vários projetos de hidrogénio verde e o número de carros 100% elétricos em circulação está acima da média europeia (1,87% versus 1,7%, segundo dados de agosto do Eurostat).

Ainda assim, estes números colocam Portugal como o 11º país na União Europeia com a maior quota de elétricos nas estradas), ou como repara Robert Spicer, responsável pela área de transportes e mobilidade da BP e o porta voz do BP Energy Outlook deste ano, “até dentro da Europa não somos homogéneos” no que toca à descarbonização.

Claro que, como um todo, “na Europa estamos mais avançados que na América do Sul, em África ou mesmo nos EUA”, acrescenta Robert Spicer. Aliás, os EUA são agora um dos maiores utilizadores e exportadores de gás natural graças às descobertas de gás de xisto nos últimos anos.

Até na China, o processo de descarbonização parece estar a correr melhor, apesar de também haver muito a fazer. Se por um lado, “em Pequim já se tem dificuldade em encontrar um carro a combustão”, como diz Rui Rei, presidente da Parques Tejo, uma grande parte da eletricidade produzida ainda é proveniente de centrais a carvão, diz Robert Spicer. O que se explica com as elevadas necessidades de energia elétrica, fruto do aumento da população.

Aliás, uma das conclusões do BP Energy Outlook de 2024 é que se o consumo de energia vai continuar a crescer, a tendência é que o consumo de combustíveis fósseis seja substituído pela eletricidade ou nos sectores em que isso não é possível – como algumas indústrias ou transportes de carga (navios, por exemplo) – seja substituído por combustíveis sintéticos e/ou hidrogénio.

Esta dicotomia da transição energética será um dos temas a debater na quarta-feira numa conferência da BP, na qual, tendo por base o Outlook 2024, se discutirá o que se pode fazer para acelerar a descarbonização.

“Na Europa estamos mais avançados que na América do Sul, em África ou mesmo nos EUA”, diz Robert Spicer.

O que é?

É a conferência de apresentação do BP Energy Outlook 2024 a que o Expresso se associa como parceiro de mídia e na qual serão discutidas as conclusões da análise da BP, com particular destaque para a transição energética nos transportes e mobilidade.

Quando, onde e a que horas?

Dia 2 de outubro, quarta-feira, das 09h00 às 12h00, no edifício da Impresa, em Paço de Arcos e através do Linkedin do Expresso

Quem vai estar presente?

  • Sílvia Barata, CEO da BP Portugal
  • Robert Spicer, responsável da área de mobilidade e transportes da BP
  • Paulo Carmona, diretor-geral da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG)
  • Teresa Ponce Leão, presidente do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)
  • Nuno Lapa, professor na Universidade Nova
  • Gustavo Paulo Duarte, CEO da Transportes Paulo Duarte
  • Rui Rei, presidente da Parques Tejo
  • Nichola Silveira, CEO da PSA Sines, a gestora do Terminal XXI (contentores)

Porque é que este encontro é central?

Aproveitando as conclusões do BP Energy Outlook 2024, discutir-se-á o andamento da transição energética e o que é preciso mudar, e ainda algumas das tecnologias que estão a ser desenvolvidas para substituir os combustíveis fósseis nos transportes.

Onde posso assistir?

Aqui.

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