As Nações Unidas expressaram hoje preocupação com uma ofensiva terrestre lançada por Israel em território libanês e alertaram para uma invasão em grande escala. A Rússia e a Turquia apelaram à retirada do exército israelita. A China alertou que a ofensiva é uma violação da integridade territorial do Líbano, informa a agência de imprensa francesa AFP.
O exército israelense lançou uma ofensiva terrestre em território libanês na terça-feira. Eles afirmam que está a realizar ataques direcionados e limitados dirigidos ao movimento libanês Hezbollah.
É uma escalada do conflito com o grupo xiita, no qual Israel matou centenas de pessoas numa semana de ataques aéreos. Os ataques continuam apesar dos apelos internacionais à contenção para evitar que o conflito se espalhe por toda a região.
As Nações Unidas emitiram hoje um novo alerta. “À medida que a violência armada entre Israel e o Hezbollah se tornou descontrolada, as terríveis consequências para os civis tornaram-se aparentes – tememos que a ofensiva terrestre em grande escala de Israel no Líbano só traga mais sofrimento”, disse o gabinete do Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos em Genebra.
Os civis devem ser protegidos
Najib Mikati, primeiro-ministro libanês. FOTO: Sharif Karim Reuters Pictures
Face ao agravamento da situação humanitária no país, onde cerca de um milhão de pessoas já foram deslocadas, o Primeiro-Ministro libanês Najib Mikati juntamente com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, pediram pouco mais de 400 milhões de dólares.
A missão de paz das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) também apelou à protecção dos civis, que até agora não detectou uma ofensiva terrestre. “Os civis devem ser protegidos, as infra-estruturas civis não devem ser alvo de ataques e o direito internacional deve ser respeitado”, alertou a missão, sublinhando que uma invasão constituiria uma violação da soberania e da integridade territorial do país.
A Rússia apelou a Israel para retirar imediatamente as suas tropas do sul do Líbano e começar a procurar formas pacíficas de resolver o conflito no Médio Oriente.
Entretanto, a China opõe-se às violações da soberania, segurança e integridade territorial do Líbano, e opõe-se a todas as acções que levem a um agravamento adicional da situação, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Pequim. Também apelou a Israel para que tomasse medidas concretas para aliviar as tensões.
Turquia alerta para terror e genocídio
A Turquia também enfatizou que se tratava de uma violação da integridade territorial e condenou a ofensiva terrestre como uma tentativa de invasão ilegal. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia apelou à retirada das tropas israelitas do território libanês, alertando que a incursão poderá levar a uma nova onda de migração e à ascensão de extremistas em todo o mundo.
Presidente turco Recep Tayyip Erdogan no entanto, ele apelou à ONU e a outras organizações internacionais para deterem Israel. Ele alertou que “o terror e o genocídio que Israel está a levar a cabo em Gaza chegaram ao Líbano”, acrescentando que se não forem detidos, as autoridades israelitas voltarão os seus olhares também para a Turquia.