O navio MV Kathrin, que supostamente transportava explosivos para Israel, solicitou a retirada da bandeira portuguesa sob a qual navegava. Até a mudança de bandeira, não pode entrar em nenhum porto e atualmente está no sul do Adriático. Os activistas exigem que os países alvo, incluindo a Eslovénia, proíbam o navio de ancorar nos seus portos.
O navio MV Kathrin solicitou a retirada da bandeira portuguesa sob a qual navegava na passada sexta-feira. O navio é propriedade de uma empresa alemã e está registado na Madeira.
“O proprietário do navio solicitou oficial e irrevogavelmente o cancelamento do registo da Madeira e solicitou a retirada da bandeira portuguesa”, disse uma fonte oficial portuguesa anónima à agência noticiosa portuguesa Lusa. “O navio não navegará sob bandeira portuguesa. Este assunto está encerrado”, acrescentou.
Segundo fonte da agência Lusa, o pedido de retirada da bandeira surgiu na sequência de um pedido feito pelo governo português ao proprietário do navio. O processo de retirada deverá levar vários dias, mas o navio não poderá entrar em nenhum porto até a troca de bandeira e terá que permanecer em alto mar.
O navio, que deveria desembarcar esta semana no porto montenegrino de Bar e depois em Koper, ficou consequentemente preso nas águas internacionais do sul do Adriático, segundo dados dos sites de rastreamento de tráfego marítimo Marinetraffic e Vesselfinder.
Procurando por uma nova bandeira em andamento
“A busca por uma nova bandeira está em andamento. Nenhum país ainda deu permissão para a sua bandeira, que de outra forma pode ser alterada a qualquer momento”, segundo a mídia montenegrina, anunciou na terça-feira o Movimento de Solidariedade à Palestina local. Exigem que o governo montenegrino imponha um embargo de armas a Israel e respeite o direito humanitário internacional.
Na terça-feira, em Koper, a Amnistia Internacional alertou a Eslovénia e o Montenegro que não deveriam permitir a aterragem do navio, pois a sua carga poderia contribuir para a prática de crimes de guerra.
O navio já foi impedido de desembarcar na Namíbia em agosto.
A Administração Marítima Eslovena anunciou na terça-feira que não iria proibir o navio MV Kathrin de vir para Koper se o anunciasse, mas até agora não o fez.
O navio, que deixou o Vietname em meados de julho, transporta oito contentores de explosivos Hexogen/RDX e 60 contentores de explosivos TNT destinados a fabricantes de armas em Israel, Polónia e Eslováquia, segundo meios de comunicação portugueses e grupos de activistas internacionais.