Home Entretenimento Mitó Mendes (parte 1): “Voltei à música porque a cantiga é realmente...

Mitó Mendes (parte 1): “Voltei à música porque a cantiga é realmente uma arma. O momento social e político exige que façamos alguma coisa”

5
0

Mitó Mendes está de volta a este podcast. Há oito anos a conversa foi gravada na sala de sua casa, de frente para uma lareira que crepitava, mote da banda “Señoritas”, que a cantora e atriz teve por anos com a amiga Sandra Baptista no acordeom e baixo elétrico.

Um projeto de duas amigas cúmplices, cheias de pinta e garra, nascido depois do adeus d´A Naifa, essa maravilhosa banda que tantas saudades deixou e que contava com a voz de Mitó e a música de João Aguardela, Luís Varatojo e Vasco Vaz, com 5 álbuns gravados que cantavam as palavras de uma nova geração de poetas, combinavam a linguagem do fado com o pop-rock, sempre inspirados nas sonoridades de raiz portuguesa, indo fundo nas feridas, frustrações e raivas de tantos de nós.

José Fonseca Fernandes

E, nesse episódio, Mitó percebe que achava que tinha arrumado o capítulo da música para sempre, para dedicar seu tempo a outras curas e vontades. Mas ela não resistiu ao convite para ser a vocalista da nova banda Cara de Espelho, projeto de intervenção que conta com as letras certeiras, geniais mesmo, de Pedro da Silva Martins (ex-Deolinda, que assina as músicas), junto com outros músicos de excelência como Carlos Guerreiro (dos Gaiteiros de Lisboa), Nuno Prata (baixista dos Ornatos Violeta), Luis J. Martins (também dos Deolinda) e Sérgio Nascimento (que esteve ligado ao projeto Humanos).

O resultado só poderia ser superlativo, com esse grupo de talentos que acaba de lançar um álbum de estreia homônimo: “Cara de Espelho”.

José Fonseca Fernandes

Um disco cuidado, muito bem pensado e trabalhado, que revela um olhar inteligente, acutilante e mordaz sobre o mundo que nos rodeia, e seus paradoxos. E cantiga após cantiga vemos o país e as nossas caras num espelho coletivo, com os muitos absurdos e encruzilhadas existenciais.

“Ó momento social, político que estamos vivendo, exige que as pessoas que tenham alguma consciência saiam do sofá e façam alguma coisa. Eu sei que a música é uma arma. E eu senti que ainda tinha algo a fazer nesse campo.”, diz Mitó na primeira parte deste podcast.

José Fonseca Fernandes

E, quanto a outras curas, Mitó conta como em dado momento de seu caminho se formou em medicina tradicional chinesa e como concilia a vida de artista com a de acupunturista, especialista em biomagnetismo, dedicada à saúde e bem estar das pessoas que a ela recorrem .

José Fonseca Fernandes

Mito revela ainda ainda a importância que dá ao silêncio e como abomina o modo como através de um telemóvel se pode estar 24h contactável por quase toda a gente – o grande ruído e vício do quotidiano.

No final desta primeira parte, Mitó é surpreendida por um áudio surpresa da música e amiga Sandra Baptista.

Matilde Fieschi

A Beleza das Pequenas Coisas

Como sabem, o genérico é assinado por Márcia e conta com a colaboração de Tomara. Os retratos são da autoria de José Fernandes. E a sonoplastia deste podcast é de João Ribeiro.

A segunda parte deste episódio será lançada na manhã deste sábado. Boas escutas!

Fuente