Há mais de uma década Afonso Dorido é um Homem Em Catarse. Depois de se conhecer com o Indignu, banda pós-rock de Barcelos, de onde é natural, Afonso começou lançando um primeiro EP, homônimo, em 2013, tendo desde então lançado discos como “Viagem Interior”, “Sem Palavras , Cem Palavras” e “Sete Fontes”, todos culminando em “catarse natural”, disponibilizado este mês.
O disco é tanto uma “revisão da matéria dada” como que uma obrigação. Se em discos anteriores a música de Homem Em Catarse se pautava por um certo rock bucólico, na mesma linhagem de nomes como Vini Reilly – o qual abordou nesta mesma entrevista -, “catarse natural” é um verdadeiro disco de intervenção, nascido da especulação imobiliária e da gentrificação, como mostram temas-bandeira como ‘Hipoteca’. Problemas que sofreu na pele: foi um dos músicos afetados pelo fechamento do Centro Comercial Stop, no Porto, em 2023. À BLITZ, Afonso Dorido conta que “o desgaste de tudo isso” foi o que o levou a levantar a voz. Para que a palavra não se perca.
