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Ativista anti-caça às baleias detido na Groenlândia a pedido do Japão

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O ambientalista Paul Watson foi detido até 15 de agosto, disseram autoridades e sua fundação.

O veterano ativista ambiental e militante anti-caça às baleias Paul Watson foi preso pela polícia da Groenlândia após um mandado de prisão internacional emitido pelo Japão.

Watson, um cidadão canadense-americano de 73 anos, é o ex-chefe da Sea Shepherd Conservation Society, cujas táticas de ação direta, incluindo confrontos em alto mar com navios baleeiros, atraíram o apoio de celebridades de primeira linha e foram apresentadas no reality show Whale Wars.

O Japão, que afirma que comer carne de baleia faz parte de sua cultura, retomou a caça comercial de baleias em 2019 e, desde então, modernizou sua frota e expandiu sua lista de capturas, atraindo a condenação de conservacionistas que temem pelo destino dos grandes mamíferos oceânicos.

“As autoridades japonesas emitiram um mandado de prisão internacional para Paul Watson, razão pela qual a polícia da Groenlândia estava pronta para prendê-lo na chegada a Nuuk”, disse a agência de segurança pública da Groenlândia em um comunicado na segunda-feira.

Após sua prisão, Watson compareceu a um tribunal distrital para analisar um pedido de detenção enquanto aguardava uma decisão sobre sua possível extradição para o Japão, acrescentou o comunicado.

Na segunda-feira, a Fundação Capitão Paul Watson disse à Associated Press que o ambientalista veterano ficaria detido em Nuuk pelo menos até 15 de agosto, após a decisão do tribunal, para dar tempo ao Ministério da Justiça dinamarquês de investigar o caso e possível extradição.

Ele enfrenta uma pena máxima de 15 anos de prisão no Japão, de acordo com a fundação, que também disse que o tribunal da Groenlândia não permitiria a libertação de Watson sob fiança, pois ele era considerado um risco de fuga.

“Imploramos ao governo dinamarquês que liberte o Capitão Watson e não considere esse pedido com motivação política”, disse Locky MacLean, o diretor da fundação, no comunicado.

A Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca. O Japão não tem um tratado de extradição com o país europeu e não se sabe se ou quando Watson seria entregue.

Nem a Guarda Costeira do Japão nem o Ministério das Relações Exteriores do Japão, que emitiu o mandado internacional para Watson, confirmaram que estavam negociando a transferência de Watson.

No entanto, a guarda costeira, a principal autoridade investigativa no caso de Watson no Japão, disse na segunda-feira que as autoridades estavam de prontidão caso uma transferência fosse ordenada.

Não é a primeira vez que as táticas de Watson o colocam frente a frente com as autoridades.

Ele foi detido na Alemanha em 2012 com base em um mandado de extradição da Costa Rica, mas escapou do pagamento de fiança após saber que também estava sendo procurado para extradição pelo Japão, que o acusou de colocar em risco a vida de baleeiros durante operações no Oceano Antártico.

Desde então, Watson morou em outros países, incluindo França e Estados Unidos.

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