A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, conquista a maioria dos delegados antes da Convenção Nacional Democrata no mês que vem.
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, prometeu lutar contra Donald Trump como candidato presidencial do Partido Democrata, invocando sua antiga carreira como promotora que enfrentou “predadores” e “fraudadores”.
Reunindo apoiadores em sua primeira aparição na campanha desde a saída de seu chefe Joe Biden da corrida presidencial, Harris disse na segunda-feira que enfrentou “agressores de todos os tipos” enquanto atuava como promotora e procuradora-geral em seu estado natal, a Califórnia.
“Predadores que abusaram de mulheres, fraudadores que roubaram consumidores, trapaceiros que quebraram as regras para seu próprio ganho. Então, ouçam-me quando digo que conheço o tipo de Donald Trump”, disse Harris à equipe de campanha em Wilmington, Delaware.
Harris, 59, já se baseou em seu histórico como promotora durante sua candidatura malsucedida nas primárias democratas de 2020, que teve como slogan “Kamala Harris, para o povo”.
Desde então, o candidato presidencial republicano Trump foi condenado por falsificação de registros comerciais, considerado civilmente responsável por abuso sexual de uma colunista de revista e indiciado em dois processos criminais relacionados a esforços para anular o resultado da eleição de 2020.
O discurso combativo de campanha de Harris ocorreu quando ela rapidamente se aproximava da nomeação democrata para presidente, em meio a uma onda de apoios de importantes figuras do partido, incluindo a ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer.
Os doadores também apoiaram Harris, contribuindo com um recorde de US$ 81 milhões nas 24 horas desde que ela anunciou sua candidatura à Casa Branca, de acordo com sua campanha.
Embora os democratas não escolham oficialmente seu indicado até a convenção nacional no mês que vem, Harris já ultrapassou o número de delegados necessários para reivindicar a indicação democrata.
Harris tinha mais de 2.500 delegados, bem além dos 1.976 necessários para garantir a nomeação no primeiro turno, na noite de segunda-feira, de acordo com uma contagem da Associated Press.
Em seus primeiros comentários públicos desde que se afastou devido a preocupações sobre sua idade e condição física, Biden, 81, compareceu ao evento de Harris para prometer seu apoio à campanha dela.
“O nome mudou no topo da lista, mas a missão não mudou em nada”, disse ele, acrescentando que desistir foi a “coisa certa a fazer”.
Embora os democratas esperem que Harris anime os eleitores desmoralizados após semanas de turbulência devido à candidatura vacilante de Biden, ela enfrenta dúvidas persistentes sobre sua elegibilidade.
A ex-senadora ficou atrás de Trump na maioria das pesquisas de opinião — se saindo tão bem ou um pouco melhor que Biden — e lutou para ganhar força em sua corrida presidencial de 2020, abandonando a disputa após ficar atrás de Biden, do senador Bernie Sanders e da senadora Elizabeth Warren em seu estado natal.
Em seu discurso, Harris, que seria a primeira mulher negra presidente se eleita em novembro, descreveu a eleição como uma escolha entre o futuro e o passado.
“Nossa campanha sempre foi sobre duas versões diferentes do que vemos como o futuro do país – duas visões diferentes do nosso país: uma focada no futuro, a outra focada no passado”, disse Harris.
“Donald Trump quer levar nosso país de volta a uma época em que muitos de nossos compatriotas americanos não tinham plenas liberdades e direitos.”
Harris disse que Trump colocaria a previdência social na “tábua de corte” e trataria a saúde como “um privilégio dos ricos”.
“A América já tentou essas políticas econômicas antes. Elas não levam à propriedade, elas levam à desigualdade e à injustiça econômica, e não vamos voltar atrás”, ela disse.
“Nós não vamos voltar. Eles não vão nos levar de volta.”
