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Inteligência artificial abre nova era na relação entre administração pública e cidadãos

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Mais intuitiva, mais eficaz e mais próxima dos cidadãos. Não será certamente a primeira vez que se anunciam máximas como esta a propósito da reforma dos serviços da administração pública e da sua capacidade de responder às necessidades do Estado e da população. Mas para ir além das intenções, há agora um aliado de peso: a inteligência artificial (IA).

“A curto prazo, a revolução tecnológica associada à aplicação de IA aumentará drasticamente a eficiência dos serviços públicos, automatizando tarefas repetitivas e otimizando processos internos”, garante a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes. “Assim, será possível uma maior personalização dos serviços prestados aos cidadãos e às empresas”, sem esquecer que o desenvolvimento traz “novos desafios, nomeadamente o risco de exclusão digital para aqueles que dispõem de menores competências digitais, bem como a necessidade imperativa de proteger a privacidade e a segurança dos dados pessoais”.

A responsável governativa será uma das convidadas da quinta de cinco sessões que a EY, com o Expresso como media partner, tem dedicado ao “Impacto da Inteligência Artificial”. Após sessões focadas no Retalho & Consumo; Energia & infraestruturas; Banca & seguros; Telecom & media, o encerramento centra-se nas grandes apostas do Estado e nos desafios e oportunidades que surgem neste campo.

Miguel Agrochão, vogal no Instituto Nacional de Administração, destaca “os ganhos evidentes ao revisitar serviços já hoje prestados com o recurso a IA” como são “a assistente virtual da chave-móvel digital, desenvolvido pela Agência para a Modernização Administrativa, a experiência da assistente virtual C.A.T.I.A da Autoridade Tributária e Aduaneira, ou ainda o Guia Prático da Justiça – Chatbot, com tecnologia do ChatGPT para ajudar os cidadãos a obterem informação sobre casamento e divórcio e sobre a criação de empresas”. Contudo, o “grande potencial transformador passará por reconhecer que a incorporação de IA dilata significativamente o universo de possibilidades”.

dos trabalhadores portugueses consideram promissor o desenvolvimento da IA, o valor mais alto entre os países europeus, segundo o Experiência EY AI na Europa

Possibilidades que têm como consequência “a abertura a uma cada vez maior iteração com cidadãos e empresas” o que segundo o “presidente do conselho diretivo do Instituto de Informática da Segurança Social”, Sérgio Carvalho, “pode tornar as operações mais vulneráveis a falhas ou ataques cibernéticos, especialmente se a infraestrutura de segurança não acompanhar o crescimento dessas soluções”. No universo da Segurança Social, importa manter a “atenção” e “evoluir nas medidas adequadas para proteger o mais relevante banco de dados dos portugueses” até porque, lembra, “nunca há segurança a 100%”.

“Nunca se pode perder o espírito crítico e a responsabilização por parte de uma componente humana”, lembra o partista e líder da área do sector público da EY, Miguel Amado, que apesar da existência do PRR como “instrumento central de investimento e canalização de verbas e alinhamento estratégico” aponta que “as apostas têm sido, e bem, sectoriais, mas sem um alinhamento ou integração central”. Para o responsável, “um acelerador será certamente o processo de centralização e reforma do Estado atualmente em curso, e que irá permitir um maior foco na aplicação da tecnologia, mais controlo da sua efetividade e uma capacitação mais rápida e efetiva do talento que apoia e executa os processos e operações”.

A curto prazo, a revolução tecnológica associada à aplicação de IA aumentará drasticamente a eficiência dos serviços públicos, automatizando tarefas repetitivas e otimizando processos internos, acredita Margarida Balseiro Lopes

Afirma a professora catedrática da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Maria Manuel Leitão Marques, que “ao contrário do que acontece no sector privado mais avançado, o sector público armazenava os seus dados e não fazia nada com eles. Não os analisava para melhorar o serviço prestado, não os partilhava para melhorar outros serviços públicos e, claro, muito menos construía a partir deles serviços automatizados. Hoje já não é tanto assim”, garante, “mas ainda corre tudo muito lento, pelo menos visto de fora”, pelo que são precisas medidas como “financiamento da prototipagem de mais projetos para a administração pública” ou “literacia em IA incluindo a formação em ética para o uso de inteligência artificial”.

“A IA deve ser utilizada como auxílio à ação humana” reforça o vice-presidente do Instituto dos Registos e do Notariado, Jorge da Ponte, “assegurando-se sempre que o funcionário está consciente e no controlo dos processos, ou seja, a IA apoia a decisão do utilizador, havendo sempre a possibilidade de se optar por outro canal processual”. Ao ser notório também “que a IA generativa tem ineficiências no tratamento de dados que provocam alucinações e erros, se essas ineficiências acontecem quando se está a tratar de um processo de um cidadão podem provocar inúmeros problemas para os cidadãos e para as entidades públicas”. Mas “aplicando medidas corretivas e processos de confirmação e validação, os benefícios de utilizar IA ultrapassam substancialmente a não utilização desta tecnologia”.

O que é?

O Expresso e a EY reúnem os maiores especialistas e empresas para discutir a evolução e o impacto da Inteligência Artificial nas pessoas, organizações e sociedade. Neste quinto encontro a discussão estará centrada à volta das grandes apostas do Estado.

Quando, onde e a que horas?

Quarta-feira, 25 de de setembro, nos ALLO – Alcântara Lisbon Offices da EY a partir das 10h (com transmissão no Facebook a 26 de junho, também às 10h).

Quem vai estar presente?


  • Miguel Amado, partner e líder da área do sector público EY
  • Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e Modernização
  • Jorge da Ponte, vice-presidente do Instituto dos Registos e do Notariado
  • Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança
  • Maria Manuel Leitão Marques, professora catedrática da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora permanente do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
  • Miguel Agrochão, vogal no Instituto Nacional de Administração
  • Sandra Cavaca, presidente do conselho de administração na SPMS, EPE Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
  • Sérgio Carvalho, presidente do conselho diretivo do Instituto de Informática da Segurança Social
  • Miguel Farinha, CEO da EY Portugal

Porque é que este encontro é central?

Porque o Estado está numa fase de transformação dos serviços prestados pela administração pública em que as ferramentas de inteligência artificial podem desempenhar um papel essencial para tornar as operações mais eficientes e mais intuitivas para os cidadãos.

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