Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Argentino e do Reino Unido decidiram terça-feira, em Nova Iorque, retomar o diálogo sobre questões relacionadas com as Ilhas Malvinas, excluindo a soberania do arquipélago, historicamente reclamada pelo Estado sul-americano.
A ministra argentina, Diana Mondino, e o seu homólogo britânico, David Lammy, reuniram-se à margem da Assembleia-Geral da ONU, “no quadro de uma renovada etapa da relação bilateral, caracterizada pelo diálogo e pela construção de confiança”, indicou o ministério argentino, em comunicação.
Mondino e Lammy “avançaram com uma ampla agenda de temas, que incluem aspetos distintos relacionados com o Atlântico Sul”, indicou a nota oficial.
Este diálogo incorpora a cláusula de salvaguarda constante do parágrafo 02 da declaração conjunta de 19 de outubro de 1989, que estabelece que nenhum acordo futuro implicará algum tipo de cessão ou reconhecimento de soberania sobre as Malvinas, pelas quais Argentina e Reino Unido se enfrentaram, em uma guerra, em 1982.
Entre outros assuntos, Mondino e Lammy acordaram em retomar as negociações para finalizar a terceira fase do projeto que, com a intervenção da Cruz Vermelha Internacional, procura identificar os corpos dos soldados argentinos mortos na guerra de 1982.
Também decidiram organizar, até ao final do ano, uma viagem às ilhas de familiares de argentinos mortos, para que possam visitar os túmulos dos soldados ali sepultados.
Os ministros decidiram ainda “avançar com medidas concretas em matéria de conservação das pescas e a favor de melhores ligações, incluindo a reativação do voo semanal de São Paulo, Brasil, para as ilhas, que fazia em escala mensal em Córdoba”, no centro da Argentina.
