Home Entretenimento BLITZ 40 anos: “Houve outras publicações que, por uma razão ou outra,...

BLITZ 40 anos: “Houve outras publicações que, por uma razão ou outra, deixaram de existir. A BLITZ tem uma consistência ímpar”, Hélio Morais

7
0

No momento em que entramos em contagem decrescente para a grande festa dos 40 anos da BLITZ, na Meo Arena, em Lisboa, a 12 de dezembro – com concertos de Xutos & Pontapés, Capitão Fausto, Gisela João e MARO –pedimos a músicos, promotores, jornalistas, radialistas e outras personalidades que vão ao baú resgatar memórias de quatro décadas de história, deixando-nos, também, uma mensagem para o futuro.

Recordando a estranheza com que a sua antiga banda If Lucy Fell reagiu ao ver-se nas páginas do então jornal BLITZ, Hélio Morais, hoje dos Linda Martini, PAUS e artista em nome próprio, elogia o apelo transversal da publicação. “Era o reconhecimento de teres chegado a uma validação mais abrangente. Quando eras falado no BLITZ, era um feito para as bandas”, defende o músico, “com If Lucy Fell foi estranho porque achávamos que o nosso som era super disruptivo e não teria grande espaço, mas acabaram por falar de nós. Foi impactante. Toda a gente tinha esse desejo de ser falado no BLITZ”.

“Fazia muito sentido os If Lucy Fell aparecerem na ‘Loud’ e na ‘Rock Sound’, porque era um som muito mais barulhento, e depois Linda Martini faziam muito sentido na BLITZ e ‘Rock Sound’. Ou seja, desde que comecei a fazer música mais a sério, a BLITZ sempre foi a publicação que mais nos impactava porque era a que dava mais espaço à música”, acrescenta Morais, “depois tinhas suplementos ou coisas pontuais noutras publicações, mas especialmente dedicada à música era só a BLITZ. E a ‘Loud’, mas noutro campo, num universo completamente diferente de Linda Martini”.

Viajando ainda na memória mais longínqua, o músico recorda a secção “Pregões & Declarações”: “mandei um pregão, já não sei se chegou a ser publicado, porque estava à procura de um pedal duplo. Na altura, ainda não conhecia o André [Henriques] nem a Cláudia [Guerreiro]mas já tinha uma banda com o Rui [Carvalho] e lembro-me de pensarmos, a dada altura, pôr um anúncio para uma banda que estávamos a fazer, a primeira banda que tivemos… acho que estávamos à procura de baixista, mas já não tenho a certeza”.

“Continuarem a existir” é o que Hélio Morais pede da BLITZ para o futuro. “Temos uma publicação que fala especificamente sobre música. Já houve outros ensaios, outras publicações que, por uma razão ou outra, acabam por deixar de existir e a BLITZ tem uma consistência ímpar. É super importante continuar a ter espaço para se falar sobre música, só tenho pena que não haja publicação física”. E continua: “[na BLITZ] leio sobre coisas mais convencionalsobre coisas menos convencional. Leio sobre música todos os dias. É um trabalho que também não é fácil, falar sobre várias coisas que vão acontecendo todos os dias, portanto acho que o melhor trabalho que podem fazer é conseguirem preservar-se. Acho que é muito importante para a música que continuem”.

Fuente