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Líder interino do Hezbollah: grupo promete manter “resistência islâmica” e novo secretário-geral será escolhido “quanto antes”

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O líder interino do Hezbollah, Naim Qassem, disse que o movimento islâmico radical e partido político libanês está preparado para responder às forças israelitas em caso de invasão. “Vamos enfrentar qualquer possibilidade e estamos preparados se os israelitas decidirem entrar por terra, e as forças de resistência estão preparadas para uma abordagem por terra”, assegurou, citado pela agência Reutersno seu primeiro discurso público desde que o anterior secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah, foi morto num ataque israelita. Ainda não foi anunciado oficialmente o novo secretário-geral do Hezbollah.

A intervenção de Qassem deixou acusações de que “Israel está a cometer crimes e massacres em toda a parte no Líbano”incluindo civis e profissionais de saúde. E apontou também o dedo a Washington. “A administração dos Estados Unidos está a apoiar Israel com todos os meios”, afirmou, elencando apoio ao nível militar, cultural, político e económico.

Apoiantes do partido xiita Hezbollah, numa concentração noturna, em Beirute

MARWAN NAAMANI/GETTY IMAGES

Médio Oriente

As tensões entre o Hezbollah e Israel escalaram ao longo das últimas semanas, com ataques israelitas a causarem mortes junto das estruturas de chefia do grupo libanês, mas também de civis. Recorde-se que um ataque recente através de pagers e walkie-talkies atribuído a Israel causou 37 mortos (incluindo crianças) e 3200 feridos no Líbano, depois de a liderança do Hezbollah ter desaconselhado o uso de telemóveis aos membros do grupo.

Seguiram-se dezenas de bombardeamentos ao Líbano. Um deles matou o homem que estava à frente do movimento há mais de três décadas. Segundo o exército israelita, foram também assassinadas figuras como o comandante da Frente Sul, Ali Karaki, o conselheiro do líder, Samir Tawfiq Deeb, e o responsável pelo poder de fogo do Hezbollah, Ali Nayef Ayoub.

Apesar de meios de comunicação árabes terem noticiado que o conselho do Hezbollah escolhera Hashem Safi al-Din como novo secretário-geral do movimento político e armado da organização, o grupo rejeitou este desenvolvimento. Durante a sua intervenção, Qassem não anunciou substitutos para altos cargos do Hezbollah, informando que a escolha vai acontecer em breve.

“Vamos escolher um secretário-geral para o Hezbollah quanto antes, seguindo o mecanismo existente para selecionar o novo secretário-geral. E todos os postos, todas as vagas vão ser preenchidas”, afirmou, na tradução do diário inglês “O Guardião”.

POBRE HAMZEH

Guerra no Médio Oriente

Hezbollah mantém-se ativo

No discurso desta segunda-feira, Qassem afirmou que o Hezbollah se mantém ativo e que vai continuar a lutar, apesar das baixas sofridas. “Sacrificámos muito desde as operações com pagerso martírio dos dirigentes e o martírio do líder. Se isto acontecesse com outros, essas organizações iriam ruir, mas nós não. Continuamos, apesar das dores e dos sacrifícios. Continuamos porque temos esperança e confiamos em Deus todo-poderoso para sermos vencedores. Porque somos as pessoas da Jihad”, afirmou, segundo “O Guardião”.

Numa mensagem destinada aos seguidores, descreveu que o “inimigo” está a trabalhar no sentido de atacar os recursos militares e chefias do movimento, mas também a “atacar cidades, vilas e civis para criar um fosso entre a resistência e as pessoas”. Qassem alega que o Hezbollah estava a usar “esforços mínimos” e que precisa “de algum tempo”, mas tem as ferramentas e equipamento necessários para responder às forças israelitas.

“Seremos firmes. Continuaremos a resistência islâmica. Continuaremos a enfrentar o inimigo israelita em apoio da Palestina e de Gaza e em defesa do nosso povo libanês”, garantiu. O “The World Factbook”, da CIA, estima que este ano (entre pessoal a tempo inteiro e de reserva), o Hezbollah tenha nas suas fileiras 50 mil soldados. Ao nível do armamento, o grupo possuirá cerca de 150 mil mísseis e foguetes com diferentes alcances. E 2021, o Center for Strategic and International Studies descreveu o Hezbollah como o ator não-estatal mais armado do mundo e com preferência por conflitos terrestres.

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