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CIP e ministro da Agricultura apelidam de "radical" posição do PS sobre IRC

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A abertura do Congresso da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, esta segunda-feira em Lisboa, contou com a presença do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e do presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, que partilharam a ideia de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ser um radical no que concerne ao IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas).

“A CIP não entra na discussão partidária, mas preocupa-me quando o líder de um partido estabelece como princípio orientador da sua base programática ser radicalmente contra descida do imposto sobre as empresas”, disse Armindo Monteiro, na sua intervenção.

O presidente da CIP afirmou que, mais do que o custo, é uma questão de apoio às empresas, de as valorizar, defender a redução desse imposto.

“Não é possível compatibilizar o princípio de ‘nós apoiamos as empresas’ com o ser radicalmente contra a redução em qualquer formato da sua tributação”, acrescentou o presidente da confederação patronal.

A intervenção seguinte foi do ministro da Agricultura e Pescas, que partilhou a ideia de radicalismo.

“Felizmente temos um primeiro-ministro [Luís Montenegro, PSD] que conhece Portugal, que está altamente preparado e não é condicionado por radicalismo. Peço desculpa, mas quem considera que o IRC não se pode descer quando é alto, é evidente que quem tenha este pensamento é um radical que está mais próximo que eu denomino como radicais e extremistas de esquerda e que não é moderado”, afirmou José Manuel Fernandes.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, tem dito que rejeita o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) com as alterações ao IRS e IRC propostas pelo Governo e que não aceita “nem nenhuma modelação” dessas mesmas medidas porque estas “são más” e nem isso as tornaria boas.

Os socialistas, segundo o seu líder, não podem aceitar “duas medidas que teriam impacto estrutural e permanente”.

O Governo defende uma redução gradual do IRC até final da legislatura de 21 para 15%.

Ainda sobre o Orçamento do Estado para 2025 e as discussões em torno da sua viabilização, Armindo Monteiro considerou “muito preocupante” a hipótese de o país ficar a ser governado em duodécimos, mas disse ser “pior ainda ter de antecipar eleições”.

“[Ambas as situações] criariam um ambiente pouco propício à superação dos desafios que Portugal enfrenta”, afirmou.

Sobre aumentos salariais, o presidente da CIP afirmou que as empresas querem fazer aumentos mas que para isso precisam de criar mais riqueza, ser mais competitivas e produtivas.

“Não podemos continuar nesta espécie de milagre económico português que é distribuir o que não se cria. É importante primeiro criarmos”, disse, defendendo que uma política demasiado expansionista dos salários pode ter efeitos perversos, como destruição de empregos.

A proposta de Orçamento do Estado para 2025 tem de dar entrada na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP (partidos que suportam o executivo) somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.

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