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AEP desiste da aquisição do parque de exposições da Exponor

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UM AEP – Associação Empresarial de Portugal desistiu da aquisição do parque de exposições da Exponor, em Leça da Palmeira, em que tinha direitos de preferência adquiridos, e pelo qual oferecia €26 milhões.

Contudo, através da Fiporto – Feira Internacional do Porto, continua a manter o contrato de arrendamento das instalações. Isto numa altura em que a autarquia de Matosinhos aprovou o ‘plano diretor’ de urbanização da Exponor, que tem prevista uma área de exposições e serviços conexos com aproximadamente 40 mil m2, para além da componente imobiliária de comércio e de um hotel.

De acordo com o Relatório e Contas do 1º semestre de 2024, do fundo Nexponor (gerido pela sociedade gestora Fundbox), que detém os ativos da Exponor – avaliados em €55 milhões – foi celebrado “no dia 19 de abril de 2024, um acordo extrajudicial” na qual “a Nexponor e a AEP desistiram de todos os pedidos formulários no âmbito dos processos judiciais em que eram partes, tendo ainda sido revogado o contrato-promessa celebrado entre estas duas entidades no passado dia 19 de maio de 2023, com a restituição em singelo da quantia paga a título de sinal, no montante de €1.000.000,00”.

Ainda no âmbito do referido acordo, e em concreto no que se refere “ao contrato de arrendamento em vigor com a Exponor-Fiporto, acordaram as partes o pagamento, pela Nexponor, da quantia de €350.000,00 aquela, destinados a obras de conservação do locado objeto do contrato referido”, pode ler-se no documento.

Recorde-se que em julho de 2023, em declarações a um jornal diário, Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP revelava que tinha assinado um contrato-promessa para recomprar o parque de exposições Exponor, sendo que o negócio teria de ser fechado no prazo de um ano, até maio de 2024. Adiantava, ainda, que o financiamento da operação poderia “passar por receitas próprias, pelo Banco de Fomento, pelo Banco Europeu de Investimento, por uma emissão de obrigações”.

AEP sublinha importância da Exponor para as empresas portuguesas

Confrontada com esta nova realidade, a AEP refere, em declaração escrita ao Expressoque “continua, através dos seus órgãos sociais, a acompanhar a evolução deste dossier, que segue os trâmites normais”. Acrescenta que “naturalmente, face à importância da Exponor na promoção das empresas portuguesas, a AEP manter-se-á ativamente a contribuir para uma solução que garanta que as empresas e o país, continuarão a dispor de uma infraestrutura incontornável para a promoção da valorização da oferta nacional e o reforço da internacionalização da economia portuguesa”.

De referir que a área ocupada pelo parque de exposições da Exponor apresenta atualmente 60 mil m2, espaço que tem previsto, há mais de uma década, um projeto de renovação e modernização.

Já a componente imobiliária a desenvolver é constituída por um hotel, comércio e serviços, sendo que os terrenos onde é possível desenvolver os projetos imobiliários estão avaliados em €1,6 milhões. De referir que a área total da Exponor é de cerca de 180 mil m2.

Autarquia aprova ‘master plan’

De acordo com o Relatório e Contas da Nexponor – fundo que se encontra em liquidação e que foi agora prorrogado até dois de novembro de 2024, tendo em conta o horizonte temporal necessário para o desenrolar do processo de venda dos seus ativos imobiliários – foi dado um passo para a concretização da venda que passou pelo processo de licenciamento dos terrenos junto da Câmara Municipal de Matosinhos.

“Ó ‘plano diretor’ foi aprovado a 11 de abril de 2024 e da AUDAC ((Área Urbanística de Desenvolvimento a Consolidar) o processo de negociações terminou com a assinatura de um acordo por escritura pública com a Câmara Municipal de Matosinhos e os restantes proprietários a 19 de abril”, refere o documento.

Confirmado ainda é o facto de a venda dos ativos da Exponor se encontrar em fase avançada. De acordo com o referido Relatório e Contas “encontra-se igualmente em curso o processo de venda dos ativos do fundo, concretamente os procedimentos de KYC (Conheça seu cliente – requisito destinado a verificar a idoneidade e capacidade financeira da empresa), referentes ao comprador dos imóveis que compõem a carteira da Nexponor”. Adianta que o objetivo é “outorgar a escritura pública de compra e venda logo que possível, cumprindo assim o prazo previsto para o encerramento da liquidação da Nexponor”.

Em declarações ao Expressoo responsável da Fundbox pelo fundo Nexponor destaca que a aprovação do projeto urbanístico junto da autarquia de Matosinhos permitiu que os ativos passassem a ser mais atrativos e despertaram o interesse de mais “entidades interessadas na aquisição”. Confirma que, neste momento, está em fase de análise a venda a um “comprador internacional”.

Prevista construção de escritórios e hotel

De referir que o plano de desenvolvimento para os terrenos da Exponor, elaborado pela Nexponor em articulação com a autarquia de Matosinhos, previa – para além da manutenção de uma área de exposições e serviços conexos -, a “construção de uma área comercial com cerca de 15.000 m2 de Área Bruta de Construção (ABL) e respetivo estacionamento”, e a “edificação de uma área de 15.000 m2 destinada a serviços e escritórios”, de acordo com a informações que constam na página web do fundo.

Prevê ainda a “construção de um hotel com capacidade de 159 quartos dotado de grandes áreas para apoio das feiras e do centro de conferências”.

Sobre o atual centro de congressos, refere que “será alvo de uma reformulação espacial/arquitetónica que consistirá na ampliação de 24 salas multiusos com uma capacidade de utilização entre 10 a 320 lugares, convertendo-se num total de 700 lugares”. Adicionalmente, acrescenta, “a sala de apresentações, destinada a conferências, será modernizada, ficando devidamente preparada para uma utilização para 600 a 1000 pessoas”.

Recorde-se que a constituição do fundo Nexponor, com início de atividade a 9 de maio de 2013, foi a solução encontrada na altura pelos gestores para fazer a reestruturação financeira da AEP, que passou pela entrega da Exponor ao fundo imobiliário, numa operação que levou à conversão dos créditos da banca em unidades de participação, limpando praticamente todo passivo da AEP, que, segundo as informações divulgadas nesta data ascendiam a cerca de €100 milhões.

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